SYDNEY (Reuters) - Cientistas alertaram para o surgimento de um grande número de estrelas-do-mar conhecidas como coroas-de-espinhos que têm devorado a Grande Barreira de Corais, um patrimônio natural ameaçado da Austrália, o que levou o governo a começar a extirpar os animais marinhos espinhentos.
A estrela-do-mar é um predador que se alimenta de corais estendendo seu estômago sobre eles e usando enzimas digestivas para liquefazer tecidos, e a epidemia ocorre no momento em que o recife ainda se recupera de dois anos consecutivos de alvejamento acentuado dos corais.
"Cada estrela-do-mar devora aproximadamente seu diâmetro corporal todas as noites, então isso se intensifica significativamente ao longo do tempo", explicou Hugh Sweatman, cientista pesquisador veterano do Instituto Australiano de Ciência Marinha, à rádio Australian Broadcasting Corporation (ABC). "Muito coral irá desaparecer".
Isso significaria um golpe tanto no ecossistema quanto na lucrativa indústria turística que ele sustenta.
As coroas-de-espinhos foram encontradas em proporções dignas de uma praga no mês passado nos Recifes Swains, no extremo sul da Grande Barreira de Corais, por pesquisadores da Autoridade do Parque Marinho do recife, disse uma porta-voz da autoridade à Reuters por telefone.
Os recifes remotos, localizados a cerca de 200 quilômetros de Yeppoon, cidade turística e pesqueira situada a cerca de 500 quilômetros de Brisbane, capital do Estado de Queensland, estão bem ao sul dos setores mais visitados da Grande Barreira de Corais, onde se concentra a maioria dos esforços de remoção das coroas-de-espinhos.
Mas a Autoridade do Parque Marinho já exterminou algumas estrelas-do-mar nos Recifes Swains em dezembro e organizará outra missão neste mês, informou um diretor da agência, Fred Nucifora, à ABC.
"A complexidade da localização dos Recifes Swains é que... eles são logisticamente difíceis de acessar, na verdade são um ambiente bastante hostil para se trabalhar", disse Nucifora.
(Por Tom Westbrook)