Por Javier Verdin e Diego Oré
ACAPULCO, México (Reuters) - Uma força policial voluntária na zona rural do México, que diz ter sido sobrecarregada por sequestros locais, recrutou crianças de 12 anos de idade para se juntarem às suas fileiras, no mais recente sinal de como algumas áreas do país lutam para lidar com o crime organizado.
Armados com rifles e bastões e com os rostos cobertos, meninos e meninas desfilaram pelo campo esportivo local nesta semana antes de se juntarem a uma patrulha em Ayahualtempa, vilarejo montanhoso no Estado de Guerrero, sudoeste do país.
"Não podemos estudar por causa da falta de lei", disse um adolescente recrutado ao canal de televisão Milenio. O garoto explicou como aprendeu a disparar uma arma depois de algumas aulas.
A violência aumentou recentemente em Guerrero, um dos Estados mais pobres do México. No início de janeiro, um ataque com drones, supostamente realizado pelo cartel de drogas La Familia Michoacana, matou cerca de 30 pessoas, segundo grupos de direitos humanos.
Em Ayahualtempa, quatro membros de uma família local estão desaparecidos desde sexta-feira, quando foram sequestrados, informou o gabinete do promotor público do Estado de Guerrero.
Os menores estão reforçando a força policial voluntária e farão o possível para proteger o vilarejo de cerca de 700 habitantes enquanto os adultos procuram as pessoas desaparecidas, disse Antonio Toribio, uma autoridade local.
"Não vamos permitir que eles nos sequestrem mais ou que as pessoas continuem desaparecendo", disse Toribio.
Essa não é a primeira vez que menores são armados em Guerrero, onde as autoridades têm lutado para combater as poderosas gangues de tráfico de drogas.
(Reportagem de Javier Verdin em, Acapulco, e Diego Oré, na Cidade do México)