Por Joey Roulette
COLORADO SPRINGS, EUA (Reuters) - Um astronauta norte-americano passou por múltiplas mudanças biológicas no espaço, mas voltou ao normal --com algumas exceções-- após retornar à Terra, de acordo com estudo envolvendo dois irmãos gêmeos que lançou luz sobre como o voo ao espaço afeta o corpo humano.
Em estudo publicado nesta quinta-feira, cientistas compararam Scott Kelly ao gêmeo idêntico Mark Kelly depois que Scott passou 340 dias em órbita na Estação Espacial Internacional e Mark permaneceu na Terra. Agora, ambos estão aposentados como astronautas da Nasa e Mark está se candidatando como senador pelo Estado do Arizona.
Durante o voo, Scott Kelly passou por espessamento da artéria carótida e da retina, perda de peso, mudanças na microbiota intestinal, reduções em habilidades cognitivas, danos no DNA, mudanças na expressão genética e alongamento das extremidades dos cromossomos, chamadas de telômeros, segundo cientistas.
Após voltar para casa, o alongamento dos telômeros foi substituído por uma redução acelerada e perda, uma consequência potencialmente negativa para a saúde celular, de acordo com o estudo.
“O retorno foi muito pior do que a adaptação de subir lá”, disse Kelly a repórteres nesta quinta-feira. “Eu senti como se eu estivesse gripado após os primeiros dias. Eu fiquei cansado por muito tempo.”
O estudo ajudará cientistas a entender melhor as mudanças pelas quais os astronautas passam durante viagens espaciais de longo prazo, um conhecimento crucial à medida que a Nasa contempla a possibilidade de expedições humanas à Lua e a Marte.
(Reportagem de Joey Roulette)