Por Jason Neely
ADDIS ABEBA (Reuters) - Um executivo da Ethiopian Airlines questionou se a Boeing disse o suficiente a pilotos sobre um software “agressivo”, que empurra o nariz do avião para baixo, foco da investigação de um acidente aéreo na Etiópia, este mês.
Comentários do executivo-chefe e vice-presidente da companhia aérea, neste fim de semana, serão combustível em um debate sobre a segurança do avião 737 MAX, da Boeing, dois dos quais caíram em circunstâncias similares nos últimos cinco meses.
A Ethiopian Airlines, companhia aérea mais lucrativa da África, defendeu robustamente seu próprio histórico de segurança, treinamento e procedimentos, depois da queda em 10 de março, que matou 157 pessoas.
A atenção tem se concentrado no software chamado Maneuver Characteristics Augmentation System, ou MCAS, e os sensores que o ativaram. O MCAS empurra o nariz do avião para baixo se acredita que a aeronave está subindo em um ângulo muito íngreme.
“Depois da queda, percebemos que o sistema é agressivo”, disse Johannes Hailemariam, vice-presidente de operações aéreas da Ethiopian, a repórteres.
“Passa uma mensagem de demora e toma ação imediata, o que é mais rápido do que a ação que os pilotos foram orientados a tomar pela Boeing”, disse Yohannes, um piloto com mais de 30 anos de experiência, inclusive voando aeronaves 777 e 787 da Boeing.
A Boeing tem se recusado a comentar sobre a queda, citando regras estabelecidas pela Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), baseada em Montreal, que limitam o que as pessoas envolvidas, além da companhia aérea, podem dizer durante uma investigação.
A queda do avião da Ethiopian Airlines e outro, em outubro, da indonésia Lion Air, mataram 346 pessoas no total e causaram a maior crise em décadas para a Boeing.
A empresa perdeu por volta de 28 bilhões de dólares de valor de mercado e o MAX - o avião mais vendido da empresa - está agora em terra, com questões sobre pedidos que valem mais de 500 bilhões de dólares.