WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira as sanções mais duras até agora contra a economia russa, mirando importantes empresas como a Gazprombank e a Rosneft Oil, bem como outras companhias de energia e defesa.
Washington tem aumentado constantemente as sanções financeiras contra a Rússia pelo que considera ser uma interferência de Moscou na vizinha Ucrânia e a anexação da Crimeia. Obama disse que os EUA poderiam impor novas punições se a Rússia não tomar medidas concretas para atenuar o conflito.
O presidente russo, Vladimir Putin, que está em visita ao Brasil, disse em Brasília que precisava ver os detalhes das sanções para avaliar o que significam. Ele afirmou ainda que as sanções normalmente têm efeito bumerangue e que levarão as relações bilaterais a um beco sem saída.
As empresas atingidas pelas sanções também incluem a segunda maior produtora de gás da Rússia, a Novatek, a Vnesheconombank, ou VEB, um banco estatal que atua como agente de pagamento para o governo russo, e oito empresas de armas.
O Departamento do Tesouro dos EUA, que publicou as sanções na sua página na Internet, disse que as medidas efetivamente suspenderam o financiamento em dólares a médio e longo prazos para os dois bancos e empresas de energia. Mas as sanções não congelam os bens dessas quatro companhias.
As sanções não incluíram a Gazprom, maior produtora de gás natural do mundo e fornecedora de grande parte da energia da Europa. A Gazprom detém 36 por cento do Gazprombank.
"Estas sanções são significativas, mas também são destinadas e projetadas a ter o máximo impacto sobre a Rússia, mas ao mesmo tempo limitar qualquer impacto que possam causar em empresas norte-americanas ou de nossos aliados", disse Obama a jornalistas.
As novas medidas foram anunciadas no mesmo dia em que os líderes da União Europeia reuniram-se em Bruxelas e concordaram em ampliar as suas próprias sanções à Rússia.
As novas sanções dos EUA também incluem a Feodosiya Enterprises, uma empresa de transporte na Crimeia, além de autoridades russas, várias das quais já haviam sido punidas pela União Europeia.
As autoridades afetadas pelas sanções incluem o vice-presidente da Duma, ou o Parlamento russo, o ministro para assuntos da Crimeia, um comandante da agência de inteligência russa e um líder separatista ucraniano.
"Enfatizamos a nossa preferência para resolver esse problema diplomaticamente", disse Obama. "Temos que ver ações concretas, e não apenas palavras, de que a Rússia, de fato, tem o compromisso de tentar acabar com este conflito."
Ele disse que a Rússia continuou a apoiar os separatistas no leste da Ucrânia, enviando combatentes e armas através da fronteira.
Nas últimas semanas, Obama vinha ameaçando repetidamente a impor novas sanções e pareceu ter perdido a paciência à medida que os combates continuam no leste da Ucrânia.
(Por Anna Yukhananov, Steve Holland e Jeff Mason; com reportagem adicional de Phil Stewart e Patricia Zengerle, em Washington; Adrian Croft, em Bruxelas; Anthony Boadle, em Brasília; e Josephine Mason, em Nova York)