Por Lesley Wroughton e Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, e a embaixadora norte-americana na Organização das Nações Unidas (ONU), Nikki Haley, anunciarão nesta terça-feira que os EUA se retirarão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, disse uma fonte do governo do presidente Donald Trump à Reuters.
Os EUA estão na metade de um mandato de três anos no principal organismo de direitos humanos da entidade e há tempos vinham ameaçado se desfiliar se este não fosse reformado, acusando o conselho de 47 membros sediado em Genebra de ser anti-Israel.
Na semana passada a Reuters noticiou que ativistas e diplomatas disseram que as conversas com os EUA sobre uma reforma do órgão não atenderam às exigências de Washington, dando a entender que o governo Trump abandonará o fórum.
A saída de Washington marcará a rejeição norte-americana mais recente em engajamento multilateral desde que o país se desligou do acordo climático de Paris e do pacto nuclear com o Irã.
Os EUA estão enfrentando fortes críticas por deterem crianças separadas de seus pais imigrantes na fronteira EUA-México. Na segunda-feira Zeid Ra'ad al-Hussein, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, pediu que Washington suspenda sua política "impiedosa".
Os EUA boicotaram o Conselho de Direitos Humanos da ONU durante três anos durante a gestão do presidente George W. Bush e voltaram ao organismo em 2009, já no governo de Barack Obama.
Um ano atrás Haley disse que Washington estava analisando sua filiação ao conselho e pediu uma reforma e a eliminação de um "viés anti-Israel crônico". O conselho criado em 2006 tem como item permanente de sua agenda as supostas violações cometidas por Israel nos territórios palestinos ocupados, item que Washington quer ver removido.