Por William James
LONDRES (Reuters) - Os Estados Unidos saudaram nesta terça-feira uma iniciativa de alguns Estados da União Europeia para impor novas sanções ao Irã e alertaram empresas que cogitam fazer negócios com a República Islâmica que podem estar financiando grupos militantes e provocando a instabilidade regional.
O presidente dos EUA, Donald Trump, deu a seus aliados europeus prazo até 12 de maio para a reformulação de um acordo internacional firmado com Teerã em 2015 que suspendeu sanções internacionais contra o regime em troca da imposição de limites ao seu programa nuclear.
Em declarações feitas em Londres, no início de uma turnê de signatários europeus ligados ao acordo, Sigal Mandelker, subsecretária do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira dos EUA, disse que as sanções são parte importante de um esforço abrangente para conter a "atividade maligna" do Irã na região.
"Entendemos que a UE, isso foi noticiado na imprensa, está estudando novas sanções relacionadas ao Irã. Este é um passo bom e importante que apoiamos", disse ela aos repórteres antes de reuniões com autoridades britânicas.
No mês passado França, Reino Unido e Alemanha buscaram o apoio da UE para a aprovação de novas sanções, mas vêm tendo dificuldade para persuadir outros países-membros.
Sigal, que visitará Berlim e Paris durante seu giro de três dias, disse que Teerã está usando dinheiro para apoiar o Hezbollah, o Hamas e o presidente sírio, Bashar al-Assad, e que aqueles que estão tentando fazer negócios com o Irã apesar das sanções se arriscam a custear indiretamente as atividades destes grupos no Oriente Médio.
"Dizemos que qualquer empresa pensando em fazer negócios com o Irã ou com empresas iranianas enfrenta riscos sérios de estar fazendo negócios com aqueles que, como a Guarda Revolucionária (do Irã), apoiam o terrorismo e a instabilidade pelo mundo", afirmou.
Na segunda-feira o presidente iraniano, Hassan Rouhani, alertou que os EUA se arrependerão se desistirem do acordo nuclear e que a reação de Teerã será mais forte do que se prevê.
O pacto firmado em 2015 entre o Irã e seis potências – França, Reino Unido, Alemanha, EUA, China e Rússia – suspendeu sanções que prejudicavam a economia iraniana dependente do petróleo em troca de restrições às suas atividades nucleares.
Mas Trump o vem criticando desde que tomou posse, e pediu a seus aliados europeus que "consertem os defeitos terríveis" do pacto, ou então ele se recusará a prorrogar uma suspensão das sanções de seu país ao regime.