Por Pavel Polityuk e Jeff Mason
KIEV/WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos vão responsabilizar a Rússia por "crimes de guerra", disse a Casa Branca nesta segunda-feira, horas depois que a Rússia atacou cidades ucranianas com drones durante a hora do rush matinal, matando pelo menos quatro pessoas em um ataque a um prédio de apartamentos em Kiev.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, em seu discurso em vídeo na noite de segunda-feira, disse que houve mais ataques. "Neste momento, há um novo ataque de drone russo. Há (drones) que foram derrubados."
A agência de notícias Interfax Ucrânia disse que usuários do Telegram relataram explosões na cidade de Fastiv, nos arredores de Kiev, bem como na cidade portuária de Odessa, no sul.
As forças russas também atacaram a infraestrutura em toda a Ucrânia na segunda onda de ataques aéreos em uma semana, repetindo as circunstâncias da primeira, com pessoas indo para o trabalho e para a escola.
Soldados ucranianos dispararam para o ar tentando derrubar os drones depois que explosões abalaram a capital Kiev na manhã de segunda-feira. Um foguete antiaéreo foi visto riscando o céu da manhã, seguido por uma explosão e chamas alaranjadas, enquanto os moradores corriam para se abrigar.
A secretária de imprensa do presidente norte-americano Joe Biden, Karine Jean-Pierre, disse a repórteres que a Casa Branca "condena fortemente os ataques com mísseis da Rússia hoje" e que o ataque "continua a demonstrar a brutalidade de (presidente russo Vladimir) Putin".
Mencionando um novo pacote de ajuda militar de 725 milhões de dólares anunciado para a Ucrânia na sexta-feira passada, ela disse: “Continuaremos a apoiar o povo da Ucrânia pelo tempo que for necessário."
"Continuaremos a impor custos à Rússia, responsabilizá-los por seus crimes de guerra", completou.
Uma mulher grávida estava entre as pessoas mortas no ataque ao prédio residencial, disse o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko. O ministro do Interior da Ucrânia, Denys Monastyrskyi, afirmou que houve mortes em outras cidades, mas não forneceu um número total.
Fumaça preta saía das janelas do prédio em Kiev e funcionários do serviço de emergência trabalhavam para apagar as chamas.
"Nunca tive tanto medo... É assassinato, é simplesmente assassinato", disse Vitalii Dushevskiy, de 29 anos, um entregador de comida que aluga um apartamento no prédio.
Perto dali, Elena Mazur, de 52 anos, procurava a mãe, que conseguiu ligar para ela para dizer que estava enterrada sob os escombros.
"Ela não está atendendo o telefone", disse Mazur, esperando que sua mãe fosse resgatada e levada ao hospital.