Por Daphne Psaledakis e Simon Lewis
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão se relacionando com vários órgãos da ONU para garantir que o povo sírio obtenha resposta e prestação de contas sobre valas comuns, locais de detenção e locais de tortura na Síria, disse o Departamento de Estado norte-americano nesta terça-feira.
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em uma coletiva de imprensa, cobrou respostas para as famílias daqueles que foram desaparecidos, torturados e mortos na Síria e a responsabilização daqueles que fizeram isso.
O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, está se relacionando com a Instituição Independente sobre Pessoas Desaparecidas na Síria, entre outros órgãos da ONU, segundo Miller.
Um promotor internacional de crimes de guerra disse nesta terça-feira que as evidências que emergem de valas comuns na Síria expuseram uma "máquina da morte" administrada pelo Estado durante o governo do líder Bashar al-Assad, no qual ele estima que mais de 100.000 pessoas foram torturadas e assassinadas desde 2013.
"Quando você observa as evidências que estão surgindo na Síria nos últimos 10 dias desde a queda do regime de Assad, elas continuam a chocar a consciência", afirmou Miller, referindo-se às valas comuns e às informações que o governo dos EUA vem coletando, incluindo informações que, segundo ele, ainda não eram de conhecimento público.
"Continuamos a ver cada vez mais evidências acumuladas sobre a brutalidade com que eles maltrataram seu próprio povo, assassinaram e torturaram seu próprio povo", disse Miller.
Estima-se que centenas de milhares de sírios tenham sido mortos desde 2011, quando a repressão de Assad aos protestos contra seu governo se transformou em uma guerra civil em grande escala.
Assad e seu pai Hafez, que o precedeu como presidente e morreu em 2000, são acusados por sírios, grupos de direitos humanos e outros governos de assassinatos extrajudiciais generalizados, incluindo execuções em massa dentro do notório sistema prisional do país.
Assad negou repetidamente que seu governo tenha cometido violações de direitos humanos e pintou seus detratores como extremistas.
(Reportagem de Daphne Psaledakis e Simon Lewis)