Por Aziz El Yaakoubi
FUJAIRAH, Emirados Árabes Unidos (Reuters) - Os Estados Unidos procuraram fortalecer nesta quarta-feira seu argumento a favor do isolamento do Irã em resposta às suas atividades nucleares e regionais, exibindo fragmentos de minas-lapa que disseram vir de um navio-tanque danificado e dizendo que a peça de artilharia parece iraniana.
O Irã negou envolvimento em ataques com explosivos contra dois navios-tanque no Golfo de Omã na semana passada e contra quatro navios-tanque no litoral dos Emirados Árabes Unidos em 12 de maio, ambos perto do Estreito de Ormuz, uma rota essencial para as remessas de petróleo.
Mas os incidentes alimentaram tensões que surgiram com a retirada dos EUA de um acordo nuclear firmado por potências nucleares com o Irã em 2015, seguida por novas sanções norte-americanas para estrangular o comércio de petróleo vital para Teerã e por uma ameaça retaliatória iraniana de retomar o enriquecimento de urânio, o que violaria o acordo, nesta semana.
França e Alemanha disseram nesta quarta-feira que intensificarão os esforços para evitar uma degeneração que leve a um conflito com o Irã, mas que o tempo está acabando e que o risco de guerra não pode ser descartado.
O sinal de prontidão do Irã para estocar urânio enriquecido para além do limite do acordo e para refinar urânio a um grau de pureza físsil superior àquele considerado necessário para uso civil levou o presidente dos EUA, Donald Trump, a alertar na terça-feira que está pronto para adotar ações militares para impedir Teerã de desenvolver uma bomba nuclear.
A República Islâmica nega ter tais intenções.
O Irã, onde críticos radicais da reaproximação com o Ocidente vêm ganhando força com a campanha de pressão de Trump, disse nesta quarta-feira que não dará mais tempo para potências europeias salvarem o acordo nuclear blindando-o de sanções dos EUA depois de 8 de julho.
Em outro incidente que pode atiçar as tensões, um foguete caiu nesta quarta-feira em um local do sul do Iraque usado por petroleiras estrangeiras, entre elas a gigante energética norte-americana ExxonMobil (NYSE:XOM), ferindo três pessoas.
Ninguém assumiu de imediato a responsabilidade pelo ataque perto de Basra, cidade no sul da fronteira iraquiana, mas foi a quarta vez em uma semana em que foguetes caíram perto de instalações dos EUA. Não houve baixas nem grandes danos nos incidentes anteriores.
Uma fonte de segurança do Iraque disse que parece que grupos do sul do país apoiados pelo Irã estão por trás do incidente em Basra.
(Reportagem adicional de Abdelhadi al-Ramahi, Sylvia Westall, Firouz Sedarat e Davide Barbuscia em Dubai, Aref Mohammed e Ahmed Rasheed no Iraque, Nayera Abdallah no Cairo, Bozorgmehr Sharafedin em Londres, John Irish e Michel Rose em Paris e Joseph Nasr em Berlim)