Por Idrees Ali
WASHINGTON (Reuters) - Ações militares dos Estados Unidos mataram cerca de 120 civis e feriram outros 65 no Iraque, na Síria, no Afeganistão e na Somália em 2018, informou o Pentágono em um relatório nesta quinta-feira, embora os dados sejam bem mais baixos que aqueles reportados por grupos de defesa dos direitos humanos.
O relatório anual, determinado pelo Congresso, mostrou uma significativa queda em comparação aos 800 civis mortos em 2017, em parte devido à diminuição do ritmo das operações contra militantes do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
Durante operações no Afeganistão no ano passado, 76 civis foram mortos, além de 42 no Iraque e na Síria e 2 civis que morreram durante um ataque na Somália, de acordo com o relatório de cerca de 80 páginas, que monitora operações militares em ar e na terra.
O Pentágono avaliou que nenhum civil foi morto na Líbia ou no Iêmen, segundo o relatório.
Ainda assim, as mortes de civis registradas no relatório foram bem mais baixas que as relatadas por grupos de defesa dos direitos humanos.
A Anistia Internacional e o grupo de monitoramento Airwars, em um relatório publicado no fim de abril, informaram que os ataques apoiados pelos EUA para derrotar militantes do Estado Islâmico da cidade síria de Raqqa em 2017 mataram mais de 1.600 civis.
Em fevereiro, a Missão de Assistência da Organização das Nações Unidas no Afeganistão (Unama) informou que 1.185 civis foram mortos durante operações conduzidas por forças pró-governamentais em 2018.
O relatório do Pentágono indicou que há uma diferença nos dados dos EUA e da Unama devido ao uso de metodologias distintas.
A comandante Candice Tresch, porta-voz do Pentágono, disse que esse é o primeiro ano em que o relatório completo é tornado público.
"Embora mortes de civis sejam uma parte trágica e inevitável da guerra, nenhuma força na história é mais comprometida a limitar os danos a civis que as Forças Armadas dos EUA, que rotineiramente aplicam normas que são mais protetoras de civis do que o exigido pelas Leis da Guerra", disse Tresch.
Em março, o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que revogava a política do governo Barack Obama que exigia que as autoridades da inteligência norte-americana reportassem mortes de civis em ataques por drones fora das zonas ativas de guerra.
Obama efetivou a medida em 2016 como parte de um esforço para ser mais transparente sobre ataques por drones, após ter aumentado drasticamente o uso do dispositivo contra militantes islâmicos.