VIENA (Reuters) - A União Europeia e os Estados Unidos expressaram preocupação, nesta quinta-feira, com o fato de o Irã ter detido uma inspetora da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) na semana passada, o que a embaixadora norte-americana na agência classificou como uma "provocação revoltante" que precisa ter consequências.
Na quarta-feira, a Reuters noticiou que o Irã deteve a inspetora por um período curto e apreendeu seus documentos de viagem, o que pareceu o primeiro incidente do tipo desde que o país firmou um acordo nuclear com potências estrangeiras em 2015.
O Irã confirmou que impediu o acesso da inspetora à sua instalação de enriquecimento de urânio de Natanz. O embaixador iraniano na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse a repórteres que a medida foi tomada porque ela foi flagrada com vestígios de explosivos em um exame, mas depois não mais após ir ao banheiro à espera de outra revista, o que motivou uma investigação adicional.
"A detenção de uma inspetora da AIEA no Irã é uma provocação revoltante. Todos os membros do conselho precisam deixar claro, agora e no futuro, que tais ações são completamente inaceitáveis, não serão toleradas e precisam ter consequências", disse a embaixadora dos EUA na agência, Jackie Wolcott, em um comunicado ao Conselho de Governadores de 35 nações da AIEA.
A UE disse em seu comunicado que está "profundamente preocupada" com o que aconteceu. O embaixador iraniano na AIEA disse a repórteres que a inspetora logo foi repatriada e que o governo iraniana pediu que ela seja retirada de sua lista de inspetores designados.
"Entendemos que o incidente foi resolvido e pedimos ao Irã que não permita que tais incidentes ocorram no futuro", disse o comunicado da UE.
(Por François Murphy)