Por Yeganeh Torbati
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos e o Japão intensificarão sua cooperação de defesa para lidar com a ameaça da Coreia do Norte, num momento de alta tensão, disseram autoridades dos dois aliados nesta quinta-feira.
"À luz da situação séria que enfrentamos, estamos acelerando a implantação da diretriz de 2015 para a cooperação de defesa EUA-Japão e continuando a realinhar forças dos EUA no Japão e em Guam", informou o secretário de Defesa norte-americano, Jim Mattis, em uma coletiva de imprensa.
Nas últimas semanas as tensões cresceram no leste da Ásia. A Coreia do Norte disse estar estudando planos para disparar mísseis rumo a Guam, território norte-americano no Oceano Pacífico, embora nesta semana a mídia norte-coreana tenha dito que o líder Kim Jong Un adiou a decisão enquanto espera pelo próximo movimento dos EUA.
Mattis, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, e seus homólogos japoneses debateram a Coreia do Norte durante uma reunião realizada em Washington nesta quinta-feira.
O Japão pretende expandir sua participação na aliança com os EUA "e aumentar suas capacidades de defesa", enquanto os EUA "continuam comprometidos com o envio de suas capacidades mais avançadas ao Japão", disse o Departamento de Estado em um comunicado.
"Por esta ameaça da Coreia do Norte, nesta reunião, concordamos em aumentar a pressão e fortalecer a capacidade da aliança", declarou o ministro japonês da Defesa, Itsunori Onodera, após as reuniões.
O ministro das Relações Exteriores japonês, Taro Kono, disse que seu país fortalecerá a postura defensiva em reação à ameaça norte-coreana e disponibilizará 500 milhões de dólares para ajudar a reforçar a segurança marítima no leste asiático, onde a China vem fazendo grandes reivindicações marítimas.
Os EUA e a Coreia do Sul irão adiante com seus exercícios militares conjuntos na semana que vem, afirmou a maior autoridade militar norte-americana nesta quinta-feira, resistindo à pressão de Pyongyang e de sua aliada China para deterem as manobras contenciosas.
Os exercícios com milhares de soldados norte-americanos e sul-coreanos devem começar na segunda-feira. A Coreia do Norte vê tais manobras como preparativos para invadi-la.
Os exercícios adquiriram uma importância maior neste ano devido à escalada das tensões, resultante do progresso acelerado no desenvolvimento norte-coreano de armas nucleares e mísseis capazes de atingir o território continental dos EUA.
Na semana passada o presidente dos EUA, Donald Trump, alertou a Coreia do Norte que esta enfrentaria "fogo e fúria" se ameaçasse sua nação, levando o regime norte-coreano a dizer que está cogitando lançar mísseis perto de Guam.
(Reportagem adicional de David Brunnstrom, David Alexander, Mohammmad Zargham e Makini Brice em Washington, Michael Martina, Philip Wen, Christian Shepherd e Ben Blanchard em Pequim e Christine Kim em Seul)