Por Andrea Shalal
BORGO EGNAZIA, Itália (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, assinaram um acordo de segurança bilateral de 10 anos nesta quinta-feira, com o objetivo de reforçar a defesa da Ucrânia contra os invasores russos e aproximar a Ucrânia da adesão à Otan.
O acordo, assinado à margem da cúpula do G7 na Itália, pretende comprometer as futuras administrações dos EUA a apoiar a Ucrânia, mesmo que o ex-presidente Donald Trump vença a eleição de novembro, disseram autoridades.
"Nosso objetivo é fortalecer a defesa confiável e as capacidades de dissuasão da Ucrânia a longo prazo", disse Biden em uma coletiva de imprensa conjunta com Zelenskiy.
Ele disse que a mensagem do G7 para o presidente russo Vladimir Putin é: "Você não pode nos vencer pelo cansaço. Não pode nos dividir" O grupo de nações ricas também concordou com um empréstimo de 50 bilhões de dólares para a Ucrânia, garantido pelos juros dos ativos russos congelados.
O acordo de segurança entre os EUA e a Ucrânia é uma estrutura para um esforço de longo prazo para ajudar a desenvolver as Forças Armadas desatualizadas da Ucrânia e servir como um passo para a eventual adesão da Ucrânia à Otan, de acordo com o texto.
O presidente da Ucrânia chamou o acordo de histórico, dizendo que é uma ponte para a eventual adesão de seu país à Otan. "Este é um acordo sobre segurança e, portanto, sobre a proteção da vida humana", disse ele.
Zelenskiy há muito tempo busca a filiação à Otan, mas os aliados não deram esse passo. A aliança ocidental considera qualquer ataque lançado contra um de seus 32 membros como um ataque contra todos, de acordo com cláusula do Artigo 5.
No caso de um ataque armado ou ameaça de ataque contra a Ucrânia, importantes autoridades norte-americanas e ucranianas se reunirão dentro de 24 horas para consultar sobre uma resposta e determinar quais necessidades adicionais de defesa são necessárias para a Ucrânia, diz o acordo.
Segundo o acordo, os Estados Unidos reafirmam seu apoio à defesa da soberania e da integridade territorial da Ucrânia, em meio a uma nova investida da Rússia no front oriental da Ucrânia.
"Para garantir a segurança da Ucrânia, ambos os lados reconhecem que a Ucrânia precisa de uma força militar significativa, capacidades robustas e investimentos sustentados em sua base industrial de defesa que sejam consistentes com os padrões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)", diz o texto.
O acordo também descreve os planos para desenvolver sua própria indústria de defesa da Ucrânia e expandir suas Forças Armadas.
(Por Steve Holland)