Por Lesley Wroughton
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão analisando mais de perto uma repressão da China sobre minoria muçulmana na região de Xinjiang, disse nesta quinta-feira uma autoridade econômica dos EUA, conforme Washington considera impor sanções contra autoridades de alto escalão e companhias da China ligadas às acusações de abusos de direitos humanos.
“Nós estamos analisando a situação e a Global Magnitsky é uma ferramenta que nós usamos para conter abusos de direitos humanos ao redor do mundo”, disse a secretária-assistente de Estado, Manisha Singh, em audiência no Congresso.
Singh respondia uma pergunta sobre possíveis sanções contra a China por conta do tratamento com a etnia uigur e outros muçulmanos.
A lei Global Magnitsky permite que o Executivo imponha proibições de visto e sanções sobre indivíduos de qualquer lugar do mundo responsáveis por violações de direitos humanos ou atos significativos de corrupção.
Um painel de direitos humanos da Organização das Nações Unidas informou no mês passado ter recebido relatos verossímeis de que até um milhão de uigures podem estar sendo mantidos em detenção extralegal em Xinjiang e pediu a libertação deles.
O Departamento de Estado norte-americano reconheceu nesta semana ter recebido uma carta de um grupo bipartidário de parlamentares dos EUA pedindo para o secretário de Estado, Mike Pompeo, impor sanções sobre diversas autoridades chinesas acusadas de inspecionar políticas em Xinjiang.
Entre as autoridades estão Chen Quanguo, chefe do Partido Comunista em Xinjiang e membro do comitê executivo do partido.
Qualquer decisão de sanções será uma rara ação do governo Trump com base em direitos humanos contra a China, com quem está em uma guerra comercial ao mesmo tempo em que busca ajuda de Pequim para resolver um impasse sobre armas nucleares da Coreia do Norte.
Agir contra uma autoridade de escalão tão alto quanto Chen seria sem precedentes e irritaria Pequim.
Na terça-feira, o Departamento de Estado expressou profunda preocupação com o “agravamento da repressão” da China sobre muçulmanos em Xinjiang. Fontes parlamentares dos EUA disseram que discussões sobre possíveis sanções haviam ganhado força dentro do governo dos EUA, embora imposição de medidas não parecesse iminente.