Por Roberta Rampton e Alexandra Ulmer
WASHINGTON/CARACAS (Reuters) - Os Estados Unidos impuseram nesta segunda-feira sanções a três venezuelanos e 20 entidades por atividade de narcotráfico, num momento em que buscam aumentar a pressão sobre o presidente socialista Nicolás Maduro.
Das entidades sancionadas, 16 têm sede na Venezuela e quatro no Panamá. Elas são de propriedade ou controladas pelos três indivíduos, disse o Tesouro dos EUA em um comunicado em seu site.
"Negaremos às autoridades corruptas do regime venezuelano o acesso ao sistema financeiro dos EUA, enquanto trabalhamos com parceiros internacionais para apoiar o povo venezuelano na restauração da democracia e um retorno à prosperidade", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin.
Os indivíduos sancionados nesta segunda-feira não são figuras de destaque e dificilmente criarão grandes dificuldades econômicas.
O governo Trump optou, até agora, por não impor novas sanções relacionadas ao petróleo, apesar de as medidas ainda estarem sendo consideradas, disse uma autoridade do governo, falando sob a condição de anonimato.
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, pediu que a Organização dos Estados Americanos (OEA) suspenda a adesão da Venezuela ao grupo de 35 países. Ele também pediu aos vizinhos da Venezuela no hemisfério que aumentem suas próprias medidas contra Caracas.
"Acreditamos que é hora de fazer mais, muito mais", disse Pence em um pronunciamento à OEA. "Toda nação livre reunida aqui deve tomar medidas mais fortes para apoiar o povo venezuelano e enfrentar seus opressores."
Pence fez um apelo para que Maduro suspenda as eleições de 20 de maio, dizendo que espera intimidação dos eleitores e manipulação de dados. "Não haverá eleição real na Venezuela em 20 de maio e o mundo sabe disso", afirmou Pence.
A sugestão foi imediatamente rejeitada por Caracas. "Não há possibilidade de que as eleições sejam suspensas", disse Samuel Moncada, embaixador da Venezuela na Organização das Nações Unidas, condenando o discurso de Pence.
Maduro, alvo de sanções no ano passado, frequentemente desdenha da desaprovação de Washington e culpa o "império" dos EUA pelos problemas econômicos de seu país, dizendo que estão tentando minar seu governo.
O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu a um pedido de comentário.