Por Phil Stewart e Idrees Ali
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos não foram informados previamente do ataque israelense contra Beirute, e o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, conversou com seu homólogo israelense enquanto a operação estava em andamento, disse nesta sexta-feira uma porta-voz do Pentágono.
Esses foram os primeiros comentários do governo dos Estados Unidos sobre a operação israelense que desafios os pedidos de Washington para que não houvesse uma escalada nos confrontos, e que, em vez disso, fosse declarado um cessar-fogo.
“Os Estados Unidos não estavam envolvidos nesta operação e não tivemos aviso prévio", afirmou a porta-voz Sabrina Singh.
Singh se recusou a dizer o que o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, falou com Austin sobre a operação, e se ela tinha como alvo o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. O Pentágono não quis especular se ele ainda está vivo.
Austin e Gallant conversaram enquanto o chefe do Pentágono sobrevoava o Oceano Atlântico, após uma visita a Londres.
O governo do presidente norte-americano, Joe Biden, tenta conter a crise para que não se agrave ainda mais. Austin alertou publicamente que um conflito aberto entre Israel e o Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, seria devastador.
"Agora enfrentamos o risco de uma guerra aberta. Outra guerra em grande escala seria devastadora para Israel e para o Líbano", disse Austin na quinta-feira.
O setor militar israelense disse que tinha como alvo a sede do Hezbollah nos subúrbios ao sul de Beirute nesta sexta-feira, em ataque que abalou a capital libanesa e lançou nuvens espessas de fumaça sobre o céu da cidade.
Uma fonte israelense disse ao Axios que Nasrallah era o alvo do ataque e que o exército israelense está confirmando se ele foi atingido.
Uma fonte próxima ao Hezbollah disse à Reuters que Nasrallah está vivo.
(Reportagem de Phil Stewart e Idrees Ali)