WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos ainda não viram a Rússia tomar nenhuma ação que sugira que esteja contemplando o uso de armas nucleares em meio à invasão da Ucrânia, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, nesta sexta-feira, apesar do que chamou de "conversa mole" do presidente russo, Vladimir Putin. sobre seu possível uso.
"Estamos olhando com muito cuidado para ver se a Rússia está realmente fazendo algo que sugira que está contemplando o uso de armas nucleares. Até o momento, não vimos eles tomarem essas ações", disse Blinken em entrevista coletiva em Washington ao lado de sua equivalente canadense.
"Esse tipo de conversa mole sobre armas nucleares é o cúmulo da irresponsabilidade e é algo que levamos muito a sério", disse Blinken.
Putin proclamou na sexta-feira a anexação de uma faixa da Ucrânia, na maior anexação na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Putin também prometeu levar adiante o que chama de "operação militar especial" na Ucrânia. A Rússia lançou sua invasão em fevereiro.
Nas últimas semanas, Putin advertiu explicitamente o Ocidente de que a Rússia usaria todos os meios disponíveis para defender o território russo e acusou o Ocidente, sem oferecer provas, de discutir um possível ataque nuclear à Rússia. Putin disse na sexta-feira que os Estados Unidos abriram um precedente quando lançaram duas bombas atômicas no Japão em 1945, mas não chegou a sugerir novas ameaças nucleares contra a Ucrânia.
O porta-voz do Pentágono, brigadeiro-general Patrick Ryder, disse esta semana que os Estados Unidos não viram nenhuma mudança que os levasse a alterar a postura das forças nucleares americanas.
Putin controla o maior arsenal nuclear do mundo, incluindo uma nova geração de armas hipersônicas e 10 vezes mais armas nucleares táticas do que o Ocidente.
(Reportagem de Simon Lewis e Humeyra Pamuk)