Por Phil Stewart e Idrees Ali
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos "não estão vencendo" a guerra contra os insurgentes do Taliban no Afeganistão, disse o secretário de Defesa norte-americano, Jim Mattis, ao Congresso nesta terça-feira, prometendo informar os parlamentares a respeito de uma nova estratégia de guerra até meados de julho em que muitos preveem um pedido de milhares de soldados adicionais.
Os comentários foram um lembrete do desalento que sublinha as avaliações militares dos EUA sobre a guerra entre o governo afegão apoiado por Washington e o grupo militante islâmico, classificada por comandantes norte-americanos como um "impasse" apesar de 16 anos de combates.
"Não estamos vencendo no Afeganistão no momento. E iremos corrigir isso o mais cedo possível", disse Mattis em um depoimento ao Comitê de Serviços Armados do Senado. Mattis admitiu acreditar que o Taliban está "crescendo" na atualidade, algo que disse pretender abordar.
Algumas autoridades dos EUA questionaram o benefício de se enviar mais tropas ao Afeganistão porque qualquer número politicamente palatável não bastaria para virar o jogo, e muito menos para criar estabilidade e segurança. Desde o início da guerra, em 2001, mais de 2.300 norte-americanos morreram e mais de 17 mil ficaram feridos.
Segundo uma avaliação dos militares dos EUA, até 20 de fevereiro o governo afegão controlava ou influenciava só 59,7 por cento dos 407 distritos do país, uma redução de quase 11 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2016, de acordo com dados divulgados pelo Inspetor Geral Especial para a Reconstrução do Afeganistão.
No mês passado a explosão de um caminhão-bomba em Cabul matou mais de 150 pessoas, tornando-o o ataque mais mortífero na capital afegã desde que o Taliban foi expulso em 2001 por uma coalizão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) depois de governar o país por cinco anos.
No sábado, três soldados dos EUA foram mortos por um soldado afegão que abriu fogo contra os militares no leste do Afeganistão.
No final de abril a Reuters noticiou que a gestão do presidente dos EUA, Donald Trump, estava realizando uma avaliação sobre o Afeganistão e que as conversas giraram em torno do envio de entre 3 mil e 5 mil soldados norte-americanos e da coalizão para o país do Oriente Médio.
As deliberações incluíram dar mais autoridade a forças atuando em solo afegão e adotar ações mais agressivas contra combatentes do Taliban.
O senador John McCain, presidente do comitê senatorial, pressionou Mattis devido à deterioração da situação, dizendo que os EUA têm necessidade urgente de "uma mudança de estratégia e um aumento de recursos se for para revertermos a situação".
"Reconhecemos a necessidade de urgência", disse Mattis.