WASHINGTON (Reuters) - O governo de Barack Obama ordenou que as famílias de militares norte-americanos e de pessoal diplomático deixassem partes do sul da Turquia nesta terça-feira e alertou cidadãos norte-americanos contra viagens à região em meio a crescentes preocupações com segurança.
O Pentágono afirmou que 670 dependentes de militares do país seriam afetados pela ordem de deixar áreas no sul da Turquia, incluindo a base aérea de Incirlik, que é bastante usada na luta contra os militantes do Estado Islâmico.
O Departamento de Estado disse que uma pequena quantidade de famílias de diplomatas seria afetada, mas não deu números. O Pentágono declarou que 100 dependentes de militares em Ancara e Istambul não seriam atingidos pela ordem de partida, devido a medidas de segurança em vigor nesses locais.
John Kirby, porta-voz do Departamento de Estado, afirmou que a medida estava sendo avaliada há diversas semanas, e que ela não era resultado de uma ameaça específica, e nem tinha nada a ver com a visita a Washington nesta semana de importantes autoridades turcas.
O secretário de Estado, John Kerry, se encontrou com o ministro do Exterior da Turquia, Mevlut Cavusoglu, na segunda-feira, e o presidente do país, Tayyip Erdogan, deve comparecer a uma reunião de cúpula sobre segurança nuclear com outros líderes mundiais no fim desta semana. Kirby declarou que Kerry havia discutido o anúncio da medida de segurança com Cavusoglu na segunda.
“A decisão para fazer isso não é tomada facilmente. Ela é feita depois de consideração e reflexão cuidadosas e coordenação entre as agências”, disse Kirby.
O Comando Europeu militar norte-americano afirmou que havia ordenado a partida de famílias do pessoal servindo em Adana, local da base Incirlik. O comando disse que famílias de militares dos EUA também receberam a instrução para partir das províncias de Izmir e Mugla, no sul turco.
"Nós entendemos que isso é problemático para as famílias dos nossos militares, mas devemos mantê-las seguras e garantir a eficácia de combate das nossas forças para apoiar a nossa forte aliada Turquia na luta contra o terrorismo”, afirmou o general Philip M. Breedlove, chefe do Comando Europeu, em comunicado.
As partidas não indicam uma decisão de terminar de forma permanente com a presença de familiares nas instalações militares no sul da Turquia, afirmou o comunicado.
(Reportagem de Lesley Wroughton e Yeganeh Torbati)