(Reuters) - Agências federais de saúde dos Estados Unidos recomendaram nesta terça-feira uma pausa na aplicação da vacina contra Covid-19 da Johnson & Johnson (NYSE:JNJ) (SA:JNJB34) depois de seis pessoas que a receberam desenvolverem um distúrbio raro envolvendo coágulos sanguíneos, em mais um revés global no combate à pandemia.
A medida vem menos de uma semana depois de reguladores europeus afirmarem que encontraram uma possível relação entre a vacina contra Covid-19 da AstraZeneca e um problema raro de coágulos sanguíneos que levou a um pequeno número de mortes.
A vacina de dose única da Johnson & Johnson --a maioria das vacinas contra Covid-19 é aplicada em duas doses-- e o imunizante de baixo custo da AstraZeneca são vistos como ferramentas vitais contra uma pandemia que já causou mais de 3 milhões de mortes.
O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) realizará uma reunião na quarta-feira para analisar os casos relacionados à vacina da J&J e a agência reguladora Foods and Drugs Administration (FDA) revisará a análise, disseram os dois órgãos em um comunicado conjunto.
As seis pessoas que receberam a vacina e desenvolveram o distúrbio raro são mulheres de entre 18 e 48 anos, e os sintomas aconteceram entre seis e 13 dias após a aplicação.
Nos casos, um tipo de coágulo sanguíneo chamado trombose de seios venosos cerebrais foi detectado em combinação com baixo nível de plaquetas sanguíneas.
O CDC e a FDA disseram que os eventos adversos parecem ser extremamente raros.
A J&J disse estar trabalhando próxima dos reguladores e afirmou que nenhuma relação causal clara foi estabelecida entre os eventos e a vacina, feita por sua unidade farmacêutica Janssen.
Uma mulher morreu e uma segunda no Estado do Nebraska, foi hospitalizada em estado grave, disse o jornal The New York Times citando autoridades.
Até o dia 12 de abril, mais de 6,8 milhões de doses da vacina da J&J foram aplicadas nos Estados Unidos.
(Reportagem de Manas Mishra em Bengaluru)