MADRI (Reuters) - Os Estados Unidos estão dispostos a discutir a promessa de não mobilizar mísseis de solo ou forças de combate na Ucrânia se a Rússia concordar em fazer o mesmo, de acordo com documentos confidenciais que o jornal espanhol El País disse terem sido escritos por Washington e pela aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em resposta às exigências de segurança russas.
O El País não informou como obteve os documentos.
"Os Estados Unidos estão dispostos a discutir medidas de transparência recíprocas baseadas em condições e compromissos recíprocos tanto dos EUA quanto da Rússia para se abster de implantar sistemas ofensivos de mísseis lançados do solo e forças permanentes com uma missão de combate no território da Ucrânia", disseram os EUA no documento, de acordo com uma cópia no site do El País.
Os EUA e seus aliados da Otan também estão prontos para discutir medidas recíprocas para evitar incidentes perigosos no ar ou no mar, e assegurar a Moscou que não há mísseis de cruzeiro Tomahawk estacionados na Romênia e na Polônia, segundo os documentos publicados pelo jornal.
A Otan e o Kremlin disseram à Reuters que não comentariam.
As posições estabelecidas nos dois documentos, que foram oficialmente entregues a Moscou em 26 de janeiro, são consistentes com as declarações públicas de Washington e seus aliados no passado, particularmente em termos de transparência militar.
Os Estados Unidos também têm afirmado que o escudo antimísseis europeu da Otan na Romênia e um local planejado na Polônia não servirão como uma defesa futura contra foguetes russos, mas para se defender contra ameaças do Irã e do Oriente Médio em geral.
O Ocidente diz que mais de 100.000 soldados russos estão posicionados na fronteira com a Ucrânia e em Belarus. A Rússia nega as acusações ocidentais de que planeja invadir a Ucrânia.