CARTUM (Reuters) - Um autoridade dos Estados Unidos disse que as violações de um cessar-fogo no Sudão levaram Washington a "questionar seriamente" o compromisso das partes em conflito de permitir o acesso à ajuda humanitária, enquanto os confrontos continuam nesta quinta-feira na capital Cartum.
A Arábia Saudita e os Estados Unidos têm monitorado um acordo de cessar-fogo previsto para entrar em vigor até a noite de sábado, que aumentou as expectativas por um fim da guerra entre o Exército do Sudão e as Forças de Apoio Rápido (RSF).
A trégua trouxe alguma redução nos combates e deu espaço para ajuda humanitária limitada, mas foi prejudicada por confrontos e ataques aéreos que continuaram ininterruptos desde o início do conflito em 15 de abril.
Na quarta-feira, o exército anunciou que estava se retirando das negociações na cidade saudita de Jeddah, onde o acordo de cessar-fogo foi fechado e os mediadores vinham tentando reforçar e prolongar a trégua.
A Arábia Saudita e os Estados Unidos listaram graves violações do cessar-fogo por ambos os lados.
"Essas violações nos levaram, como mediadores dessas negociações, a questionar seriamente se as partes estão prontas para tomar as medidas necessárias para cumprir as obrigações que assumiram em nome do povo sudanês", disse uma autoridade do Departamento de Estado norte-americano.
Testemunhas relataram alguns confrontos no início desta quinta-feira em várias partes da capital, que é composta por Cartum e suas cidades gêmeas de Bahri e Omdurman ao redor da confluência do rio Nilo e é uma das maiores áreas urbanas da África.
Os confrontos também continuaram perto de um mercado no sul de Cartum, onde pelo menos 19 pessoas morreram e 106 ficaram feridas na quarta-feira, de acordo com um membro de um comitê de bairro.
(Reportagem de Khalid Abdelaziz em Dubai, Nafisa Eltahir no Cairo e Daphne Psaledakis em Washington)