Por Arshad Mohammed e Allyn Fisher-Ilan
WASHINGTON/JERUSALÉM (Reuters) - Autoridades norte-americanas questionaram nesta quarta-feira a opinião do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e disseram que sua condenação dos esforços para garantir um acordo nuclear com o Irã injeta um partidarismo destrutivo nas relações entre Estados Unidos e Israel.
Numa escalada de hostilidade entre os aliados seis dias antes de Netanyahu fazer um discurso para o Congresso dos EUA sobre a ameaça do Irã, o líder israelense acusou as potências mundiais de abandonar a promessa de evitar que Teerã obtenha uma bomba nuclear.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, envolvido em negociações internacionais com o Irã sobre o programa nuclear, disse que Netanyahu pode estar errado. Kerry declarou em uma audiência no Congresso: "Ele pode ter um julgamento que pode não estar correto aqui."
Kerry aconselhou que é melhor esperar para ouvir o que Netanyahu tem a dizer no discurso de terça-feira. Os republicanos que controlam o Congresso convidaram o premiê e concordam com a sua oposição a um acordo com o Irã.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, ecoando comentários da conselheira de segurança nacional do presidente Barack Obama, Susan Rice, advertiu contra permitir que a relação EUA-Israel seja reduzida a uma questão política partidária, dizendo que isso seria destrutivo.
"O presidente disse que a relação entre EUA e Israel não pode simplesmente ser reduzida a uma relação entre o Partido Republicano e o partido Likud", disse ele a jornalistas, referindo-se ao partido de Netanyahu.
Os republicanos não consultaram Obama ou os democratas no Congresso, como é habitual antes de se fazer um convite, e Obama afirmou que não se reunirá com Netanyahu porque seria muito perto das eleições israelenses, em 17 de março.
(Reportagem de Jeff Mason, Julia Edwards, Elvina Nawaguna e Allyn Fisher-Ilan)