BERLIM (Reuters) - Os Estados Unidos aumentarão suas forças na Alemanha em meio às tensões mais recentes com a Rússia por causa da Ucrânia, descartando os planos do ex-presidente Donald Trump de retirar cerca de 12 mil dos 36 mil soldados do país aliado na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"Informei a ministra de nossa intenção de manter aproximadamente 500 efetivos adicionais dos EUA permanentemente na área de Wiesbaden já nesta primavera", disse o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, em uma coletiva de imprensa depois de se encontrar com sua contraparte alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer, em Berlim.
Em junho, Trump anunciou sua intenção de reduzir o contingente de tropas na Alemanha em cerca de um terço, dizendo que Berlim estava se aproveitando dos EUA sem cumprir suas obrigações financeiras com a Otan.
Austin, que serviu na Alemanha quando era um jovem tenente e disse ter boas lembranças desta época, adotou um tom completamente diferente, agradecendo Berlim por sua contribuição para missões da Otan, como no Afeganistão, e por adotar medidas para aumentar os gastos com a defesa.
"Realmente valorizo o que vocês oferecem. Não me passa despercebido que compartilhamos valores e que vocês são um parceiro muito comprometido", disse ele, enquanto Kramp-Karrenbauer saudou a decisão sobre as tropas como um sinal animador.
Austin foi evasivo ao ser indagado se a mobilização de tropas adicionais deveria ser interpretada como um recado à Rússia em meio à renovação das tensões relativas à Ucrânia, mas enfatizou o valor militar da presença de mais soldados na Europa para a Otan.
(Por Sabine Siebold)