ASSUNÇÃO (Reuters) - Os Estados Unidos sancionaram o ex-presidente paraguaio Horacio Cartes, que governou o país entre 2013 e 2018, por participação em "atos de corrupção significativos" que obstruíram uma investigação sobre crime transnacional, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, nesta sexta-feira.
A medida agita o cenário político paraguaio, uma vez que Cartes anunciou recentemente sua candidatura para presidir o governista Partido Colorado e o candidato de seu grupo político é o melhor posicionado para ganhar as primárias da legenda, que ocorrerão em dezembro.
"Os Estados Unidos sancionam o ex-presidente paraguaio Horacio Manuel Cartes Jara por sua participação em atos de corrupção significativos", disse Blinken em um comunicado.
"O ex-presidente obstruiu uma importante investigação internacional sobre o crime transnacional para proteger a si mesmo e um associado criminal de um possível julgamento e dano político", acrescentou.
O ex-presidente disse em um comunicado publicado em sua conta no Twitter que rechaçava o conteúdo das acusações contra si, e que considera-as "infundadas e injustas".
"Sempre estamos e estaremos comprometidos em oferecer todo o apoio a informação de primeira fonte que as autoridades necessitem para esclarecer os assuntos que nos afligem", acrescentou.
Cartes, de 66 anos, é considerado um dos homens mais ricos do Paraguai. Ele é proprietário de uma grande fábrica de cigarros e possui negócios menores em vários outros mercados, mas nunca havia sido investigado pela justiça do Paraguai.
(Reportagem de Katharine Jackson e Daniela Desantis, em Assunção)