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EUA se preparam para o coronavírus enquanto casos crescem em Itália e Irã

Publicado 26.02.2020, 07:49
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DUBAI/PEQUIM (Reuters) - Os Estados Unidos pediram aos norte-americanos nesta terça-feira que se preparem para a disseminação do coronavírus no país, à medida que os surtos em Irã, Coreia do Sul e Itália aumentam e crescem os temores de que a epidemia prejudique o crescimento global.

O número de mortos por coronavírus no Irã subiu para 16 nesta terça-feira, o local mais atingido fora da China, enquanto a Itália registrou sua 11ª morte.

O vírus saltou para cerca de 30 países e territórios, com cerca de três dezenas de mortes fora da China, de acordo com cálculos da Reuters.

O agravamento das infecções em Irã, Itália e Coreia do Sul é motivo de especial preocupação, disseram autoridades mundiais de saúde. A Coreia do Sul e a Itália adotaram medidas de emergência para ajudar a conter a disseminação global do vírus.

A doença, que pode ter se originado da vida selvagem na cidade de Wuhan, no fim do ano passado, é semelhante à gripe já infectou 80.000 pessoas e matou perto de 2.700 na China. Mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o surto está em declínio desde 2 de fevereiro.

Nancy Messonnier, representante dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), disse a repórteres que os dados sobre a disseminação do vírus na semana passada aumentaram as expectativas de transmissão da agência nos Estados Unidos.

"A interrupção da vida cotidiana pode ser grave", alertou.

Embora afirmando que o risco imediato do coronavírus nos Estados Unidos permaneça baixo, outra importante autoridade do CDC, Anne Schuchat, disse que não se trata mais de se o vírus se tornaria uma pandemia global. "É uma questão de quando e quantas pessoas serão infectadas".

O Dow e o S&P 500 caíram 3% nesta terça-feira em seu quarto dia consecutivo de perdas, enquanto os investidores lutavam para avaliar o impacto econômico do vírus.

O surto do Irã, em meio à crescente pressão das sanções dos EUA, ameaça deixá-lo mais isolado. Vários países suspenderam voos e alguns de seus vizinhos fecharam suas fronteiras, enquanto o porto de Khasab, em Omã, interrompeu as importações e exportações com o Irã.

"É um visitante não convidado e nada auspicioso. Se Deus quiser, vamos superar... esse vírus", disse o presidente iraniano Hassan Rouhani em um discurso televisionado.

O vice-ministro da Saúde do Irã e um membro do parlamento estavam entre os infectados.

Afeganistão, Iraque, Kuwait, Bahrain e Omã nesta semana relataram seus primeiros casos, todos em pessoas que estiveram no Irã. O Bahrein disse que agora tem 24 casos confirmados.

O Irã cancelou shows e partidas de futebol em todo o país, e escolas e universidades fecharam em muitas províncias. Muitos iranianos foram às mídias sociais para acusar autoridades de ocultar fatos.

Teerã diz que as sanções dos EUA estão dificultando sua resposta ao coronavírus, impedindo a importação de máscaras e medicamentos.

Um dos principais especialistas da OMS instou os países a intensificar os preparativos.

"Acho que o vírus vai aparecer amanhã", disse Bruce Aylward, chefe da missão conjunta da OMS com a China no surto, a repórteres em seu retorno a Genebra. "Se você não pensa assim, não estará pronto."

O secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Alex Azar, pediu nesta terça-feira a um subcomitê do Senado que aprove 2,5 bilhões de dólares em financiamento para expandir os sistemas de vigilância do vírus, ajudar no desenvolvimento de vacinas e aumentar o estoque de equipamentos de proteção.

Na Coreia do Sul, que tem o maior número de casos de coronavírus fora da China, com 977 infecções e 10 mortes, as autoridades estavam testando todos os estimados 215.000 membros da Igreja de Jesus Shincheonji.

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Acredita-se que o surto do país tenha começado na cidade de Daegu com uma mulher de 61 anos que é membro de sua congregação.

Na Europa, a Itália é a que tem o maior número de registros, com mais de 280 casos, pois o surto está se espalhando desde suas origens nas regiões do norte da Lombardia e Veneto.

(Por Ryan Woo, Yilei Sun e Lusha Zhang em Pequim;Hyonhee Shin e Josh Smith em Seul; Paresi Hafezi em Dubai;Stephanie Nebehay em Geneva; Francesca Piscioneri e GavinJones em Rome; Ritvik Carvalho em Londres)

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