Por Mica Rosenberg e Kristina Cooke
(Reuters) - O governo do presidente Joe Biden está adotando medidas para reativar até meados de novembro um programa iniciado por seu antecessor Donald Trump que forçou postulantes a asilo a aguardarem no México audiências dos tribunais norte-americanos, já que uma corte federal considerou o encerramento do programa injustificado, disseram autoridades dos EUA nesta quinta-feira.
Mas o governo está planejando fazer outra tentativa de rescindir os Protocolos de Proteção de Migrantes (MPP), chamados comumente de política "Permaneça no México", ao mesmo tempo em que adota medidas para obedecer o veredicto de agosto do juiz texano Matthew Kacsmaryk, informaram as autoridades.
A possível reativação dos MPP, mesmo que só no curto prazo, se somaria a uma mistura confusa de políticas norte-americanas em vigor na fronteira mexicana, onde as travessias para os EUA atingiram os patamares mais altos em 20 anos nos últimos meses. O governo disse que só pode seguir adiante se o México concordar, e autoridades dos dois países disseram estar debatendo o assunto.
O Ministério das Relações Exteriores mexicano disse em um comunicado na quinta-feira que expressou "uma série de preocupações" relativas aos MPP às autoridades dos EUA, particularmente no que diz respeito ao devido processo legal, às garantias legais, ao acesso à assessoria jurídica e à segurança dos imigrantes. Falando sob condição de anonimato, um funcionário mexicano de alto escalão disse que "a esta altura, não há decisão" sobre a retomada do programa.
(Por Mica Rosenberg em Nova York e Kristina Cooke em San Francisco; reportagem adicional de Frank Jack Daniel)