WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos passaram a sofrer mais pressão neste domingo para ajudar a Europa a encontrar refúgio para a leva de imigrantes fugindo das guerras e do caos, mas Washington não deu sinais de que planeja aumentar dramaticamente sua acolhida aos refugiados.
David Miliband, chefe do Comitê Internacional de Resgate e ex-secretário de Relações Exteriores britânico, pediu aos EUA para mostrarem "o tipo de liderança que a América já exibiu neste tipo de assunto" no passado.
"Os Estados Unidos sempre lideraram o reassentamento de refugiados, mas 1.500 pessoas ao longo de quatro anos é uma contribuição minúscula para enfrentar o lado humano deste problema", disse Miliband no programa "This Week with George Stephanopoulos", da rede de televisão ABC.
Em uma entrevista à Reuters no final do sábado, John Kirby, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, não deu nenhuma dica de que seu país irá aumentar significativamente o número de imigrantes que pretende receber.
Ele citou a contribuição de 4 bilhões de dólares feita por Washington para a ajuda aos refugiados e voltou a reafirmar a posição do governo do presidente dos EUA, Barack Obama, a respeito de temores de segurança.
As autoridades norte-americanas querem evitar que militantes do Estado Islâmico ou da Al Qaeda se infiltrem no país como refugiados, mas outro funcionário, falando sob condição de anonimato, admitiu que, dadas as imagens chocantes do drama dos refugiados, Washington pode ter um problema com sua imagem internacional se só acolher uma quantidade pequena em comparação a países europeus.
(Por Bill Trott e Matt Spetalnick)