RIAD (Reuters) - Os Estados Unidos foram contrários a menções às mudanças climáticas no comunicado dos líderes financeiros do mundo, disseram diplomatas do G20, depois que um novo rascunho da declaração conjunta mostrou que o G20 analisa incluir a questão como fator de risco para o crescimento.
Ministros das finanças e chefes de bancos centrais das 20 maiores economias do mundo (G20) estão discutindo os principais desafios econômicos globais neste final de semana em Riad, concentrando-se nas perspectivas de crescimento e novas regras para tributar as empresas digitais globais.
O G20 espera uma recuperação modesta no crescimento global este ano e no próximo, mas observou riscos negativos para essa perspectiva decorrentes de "tensões comerciais geopolíticas e remanescentes, incerteza política e risco macroeconômico relacionados à sustentabilidade ambiental".
O último comunicado preliminar dá menos destaque ao surto de coronavírus como risco de crescimento, dizendo apenas que o G20 "melhoraria o monitoramento global de riscos, incluindo o recente surto de COVID-19", a sigla médica para o coronavírus.
Fontes informaram à Reuters que os Estados Unidos relutam em aceitar a linguagem das mudanças climáticas como um risco para a economia.
"Normalmente, a China também bloqueia, mas como eles são representados em níveis mais baixos, são principalmente os EUA", disse um diplomata do G20.
"O clima é o último ponto difícil do comunicado. Ainda não há acordo", disse uma segunda fonte familiarizada com as negociações.
(Reportagem de Michael Nienaber e Andrea Shalal, texto de Jan Strupczewski)