Por Steve Holland e Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exortou os iraquianos nesta segunda-feira a formar um governo inclusivo rapidamente e se unirem contra os militantes islâmicos, alertando que "o lobo está batendo à porta" e que os ataques aéreos norte-americanos só podem resolver parte do problema.
Falando a repórteres na Casa Branca, Obama se comprometeu a evitar um aprofundamento do envolvimento militar do seu país no Iraque para repelir os combatentes do Estado Islâmico, vistos cada vez mais como uma ameaça não só ao Iraque, mas a toda a região.
Obama acabava de ter conversas com seus principais conselheiros de segurança nacional sobre o Iraque e declarou que os ataques aéreos ajudaram as forças curdas iraquianas a retomar a represa de Mossul dos militantes, evitando um possível rompimento da estrutura, o que poderia inundar Bagdá.
Desde 8 de agosto, o Exército dos EUA realizou um total de 68 incursões aéreas no Iraque, 35 das quais em apoio a forças iraquianas perto da represa.
As reuniões mantidas pelo presidente ocorreram durante uma breve parada em Washington antes de voltar para suas férias de duas semanas na ilha de Martha's Vineyard, em Massachusetts.
Obama está convencido de que não permitirá que os EUA repitam a guerra no Iraque iniciada por seu antecessor, George W. Bush, e disse que os iraquianos não devem se acomodar com sua decisão de empregar ataques aéreos contra os islâmicos.
"Não pensem que, por termos feito ataques aéreos para proteger nosso pessoal, é hora de tirar o pé do acelerador e voltar ao mesmo tipo de desarranjo que enfraqueceu tanto o país de forma geral", alertou Obama.
Uma pesquisa do jornal USA Today e do instituto Pew Research Center revelou nesta segunda-feira que os norte-americanos estão cada vez mais inclinados a admitir que os EUA têm a responsabilidade de reagir à violência crescente no Iraque.
O levantamento mostrou um reconhecimento de que o perigo representado pelos combatentes do Estado Islâmico pode ir além da criação de um califado no coração do Oriente Médio, um desfecho que Obama disse pôr em risco os interesses norte-americanos.
Obama previu que se um governo iraquiano for formado rapidamente, vários governos da região e do mundo estariam preparados para ampliar sua assistência.
"Eles têm que fazer isso, porque o lobo está batendo à porta, e para que tenham credibilidade com o povo iraquiano, têm que deixar para trás algumas das velhas práticas e criar um governo unido", disse Obama.
(Reportagem adicional de Mark Felsenthal)