MOSCOU (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, e seu colega cubano, Miguel Diaz-Canel, inauguraram um monumento em uma praça ao norte de Moscou nesta terça-feira ao líder revolucionário cubano Fidel Castro, prometendo aprofundar sua amizade diante das sanções dos Estados Unidos contra os dois países.
Castro, que assumiu o poder em 1959, não é homenageado com estátuas em sua terra natal porque, disse seu irmão Raúl após sua morte em 2016, ele queria evitar um culto à personalidade.
Mas Putin evocou sua memória ao dizer a Diaz-Canel que os dois países precisam construir sobre a "base sólida da amizade" estabelecida entre Castro e os líderes soviéticos.
"É uma verdadeira obra de arte --dinâmica, em movimento, avançando. Cria a imagem de um lutador", disse Putin sobre a estátua, que retrata Castro olhando para longe com as mãos nos quadris.
Diaz-Canel disse por meio de um tradutor: "Acho que reflete a personalidade de Fidel na luta, como nos encontramos hoje na luta".
A Rússia, atingida por sanções ocidentais por causa do conflito na Ucrânia, busca fortalecer os laços políticos e econômicos com outros países que se opõem ao que chama de hegemonia dos EUA. Cuba está sob embargo econômico dos Estados Unidos desde 1962, após a revolução comunista liderada por Castro.
Dirigindo-se ao Parlamento russo, Diaz-Canel mostrou sua solidariedade ao endossar diretamente o pretexto declarado de Moscou para enviar suas tropas à Ucrânia.
"As razões do atual conflito nesta zona devem ser buscadas na política agressiva dos Estados Unidos e na expansão da Otan para as fronteiras da Rússia", afirmou.
A Ucrânia e seus aliados ocidentais rejeitam esse argumento como uma justificativa capciosa para uma guerra de ocupação ilegal.
(Reportagem da Reuters; Edição de Nick Macfie)