Por Helen Murphy e Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - Os líderes rebeldes das Farc na Colômbia irão provavelmente receber proteção das suas próprias unidades de segurança desmobilizadas, em coordenação com as Forças Armadas, quando a paz for assinada e o grupo marxista entrar na política, afirmou o ministro da Defesa nesta quarta-feira.
O governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia devem, segundo as expectativas, acordar neste ano um fim para o conflito de cinco décadas e assinar um pacto que permitiria ao grupo formar o seu partido político e integrar a sociedade civil.
"Não podemos deixar que a política colombiana seja feita com armas, pelas Farc ou contra as Farc”, disse o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, em entrevista, acrescentando que a segurança do grupo ainda está sendo discutida nas negociações em Havana.
"Como ocorreu com o M-19, haverá uma participação inicial (de rebeldes reintegrados). Isso é óbvio.”
É primordial para as negociações estabelecer como os ex-guerrilheiros evitariam o destino de outros grupos rebeldes desmobilizados.
A União Patriótica foi dizimada na década de 1980 quando esquadrões paramilitares de direita mataram 5.000 dos seus membros e simpatizantes, incluindo dois candidatos a presidente.
Outro grupo rebelde, o esquerdista M-19, teve a permissão de usar os seus próprios integrantes como seguranças depois de ter um candidato presidencial assassinado.
Um fim para a guerra entre rebeldes e governo, que já matou mais de 220 mil pessoas e expulsou milhões de suas casas, pode dar às Farc alternativas à prisão, um privilégio não disponível para grupos criminosos.