PARIS (Reuters) - O ex-ministro da Economia francês Emmanuel Macron vai anunciar na quarta-feira que disputará a presidência do país, disse uma fonte próxima ao político, em uma iniciativa há muito esperada que pode interferir em outras campanhas, tanto de esquerda quanto de direita.
O ex-banqueiro, de 38 anos, deixou o posto de ministro da Economia neste ano e estabeleceu o seu próprio movimento político, o “En Marche”.
“Ele tomou a decisão, e a decisão foi tomada há muito tempo”, afirmou a fonte.
Apesar do antigo cargo no governo do presidente François Hollande, de quem foi assessor antes mesmo que ele ocupasse o posto, Macron não é membro do Partido Socialista.
Ele também não tem cargo eletivo, o que faz com que analistas digam que sua vitória é improvável devido à falta do apoio de um aparato partidário.
No entanto, Macron é um dos políticos franceses mais populares, e as suas políticas o colocam no campo centrista, espectro político também na mira de Alain Juppé, o atual favorito na pesquisas para se tornar presidente nas eleições de 2017, que acontece em dois turnos, em abril e maio.
O esperado movimento de Macron acontece dias antes da primeira rodada de primárias do partido Os Republicanos e seus aliados de centro-direita, que acontece no domingo.
O ex-presidente Nicolás Sarkozy, que também pretende concorrer, tem se posicionado à direita do ex-premiê Juppé numa tentativa de conseguir o apoio dos votantes preocupados com imigração e segurança.
As pesquisas têm mostrado que aquele que ganhar as prévias no partido Os Republicanos deve derrotar Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, de extrema direita.
Já Macron, segundo seus assessores, não deverá disputar as primárias do Partido Socialista em janeiro, mas poderá fazer futuras incursões sobre os eleitores que ainda apoiam o amplamente impopular Hollande ou que pretendem votar no primeiro-ministro Manuel Valls se este concorrer no lugar de Hollande.
Uma pesquisa em outubro colocou Macron no topo da lista de potenciais presidentes pela esquerda, com 49 por cento considerando-o um bom chefe de Estado. Valls apareceu em segundo lugar, com 42 por cento, e Hollande teve apenas 13 por cento, atrás de diversos outros nomes.
Entre os eleitores do Partido Socialista, Valls lidera com 70 por cento, enquanto Macron aparece em segundo lugar, com 50 por cento.
(Por Emmanuel Jarry e Sophie Louet)