Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Joaquin Navarro-Valls, que como porta-voz para dois papas foi o segundo luminar católico mais visível por quase um quarto de século, morreu nesta quarta-feira aos 80 anos, disseram amigos.
Navarro-Valls, espanhol que possuía diplomas em medicina e psiquiatria antes de se tornar um jornalista, sofria de câncer. Ele morreu em Roma.
Em 1984, o papa João Paulo nomeou Navarro-Valls, um leigo, para ser porta-voz do Vaticano e lhe deu acesso direto a seu círculo íntimo em um grau que nenhum outro porta-voz papal teve antes ou tem desde então.
O fotogênico Navarro-Valls se tornou uma celebridade e uma personalidade da mídia global, frequentemente aparecendo na TV para explicar ensinamentos católicos em uma linguagem mais simples.
"Joaquin Navarro-Valls personificou o que Ernest Hemingway definiu como coragem: graça sob pressão", disse Greg Burke, atual porta-voz do Vaticano.
Por mais de duas décadas, o papa João Paulo, nascido na Polônia, seu padre-secretário, Stanislaw Dziwisz, e Navarro formaram um triunvirato efetivo no Vaticano.
Após a morte de João Paulo em 2005, Navarro-Valls continuou como porta-voz do papa Bento por mais de um ano para ajudá-lo na transição e então deixou o serviço do Vaticano.
Até sua saúde começar a minguar, ele era diretor de um hospital e escola médica em Roma ligado ao grupo católico Opus Dei, do qual era membro.