CAIRO (Reuters) - O ex-presidente do Iêmen disse nesta sexta-feira que não negocia com o governo do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi, colocando em dúvida o destino do diálogo de paz para colocar um fim nos combates no país que está previsto para recomeçar neste mês.
Ali Abdullah Saleh, que conta com a lealdade das Forças Armadas apesar de ter deixado o cargo há quase quatro anos depois de meses de protestos, se uniu com os Houthis, aliados do Irã, na luta contra a aliança liderada pelos sauditas e que dá apoio a Hadi.
As partes do conflito participaram da última rodada de negociações de paz em dezembro, mas não chegaram a uma solução política para terminar com o conflito, que já matou quase 6 mil pessoas. As negociações estão previstas para recomeçar no dia 14 de janeiro.
"Não haverá diálogo com mercenários que estão buscando poder. Haverá somente diálogo com o regime saudita", afirmou Saleh em discurso no seu canal de TV, o Iêmen Hoje.
Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita e os seus aliados sunitas tem combatido o movimento xiita houthi, que controla a capital, desde março de 2015.
A Organização Nações Unidas (ONU) afirmaram que o seu enviado ao Iêmen, Ismail Ould Cheikh Ahmed, estava em Riad e viajaria para Sanaa "logo".
Riad vê os houthis como agentes para que o Irã, seu grande rival regional, aumente a sua influência. Eles negam isso e dizem que estão fazendo uma revolução contra um governo corrupto e potências do Golfo ligadas ao Ocidente.
(Reportagem de Mohammed Ghobari)