Por Mark Hosenball
WASHINGTON (Reuters) - Michael Cohen, ex-advogado pessoal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entregou novos documentos ao Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, e pode entregar mais, disse o líder do comitê depois de um dia de audiência a portas fechadas.
O deputado democrata Adam Schiff disse a repórteres que Cohen cooperou e que a audiência de oito horas foi "muito produtiva". Ele não explicou de que tratam os novos documentos e não quis comentar o conteúdo do depoimento de Cohen.
"Havíamos solicitado documentos ao senhor Cohen. Ele forneceu documentos adicionais ao comitê. Pode haver documentos adicionais que ele ainda tenha que oferecer, e sua cooperação com nosso comitê continua", disse Schiff.
Cohen compartilhou com os parlamentares documentos que mostram edições feitas em depoimentos por escrito que ele forneceu ao Congresso em 2017, dizendo que um plano mal-sucedido de Trump de construir uma torre em Moscou foi encerrado em janeiro de 2016, disse uma fonte do Congresso, confirmando reportagens da CNN e do New York Times.
Posteriormente Cohen se declarou culpado de mentir ao Congresso no depoimento. Desde então ele disse que a tentativa de concretizar o projeto em Moscou continuou até junho de 2016, depois de Trump ter conseguido a indicação presidencial republicana.
Durante depoimento na semana passada, Cohen disse que Jay Sekulow, um dos advogados de Trump, foi um dos que editaram o documento de 2017. Sekulow classificou a afirmação de Cohen como "completamente falsa".
Durante a campanha presidencial de 2016, Trump negou ter qualquer negócio com a Rússia, mas desde então defendeu o projeto da torre.
Na semana passada, em um depoimento público para outro comitê da Câmara, Cohen chamou Trump, que foi seu cliente durante mais de 10 anos, de "racista", "vigarista" e "trapaceiro".
Duas fontes do Congresso, que falaram sob condição de anonimato, disseram que Cohen também deve enfrentar questionamentos dos parlamentares sobre a questão de um indulto de seu ex-chefe. As fontes acrescentaram que os representantes do presidente sustentam que a equipe de Cohen foi a primeira a abordar a concessão de um indulto, e os representantes do ex-advogado disseram o contrário.
No dia 6 de maio, Cohen se apresentará em uma prisão para começar a cumprir uma pena de 3 anos -- ele se declarou culpado de acusações criminais, incluindo sonegação, fraude bancária e violações de finanças de campanha, em outro caso no ano passado.