Por Andrew Goudsward e Sarah N. Lynch
WASHINGTON (Reuters) - O assessor do ex-presidente dos EUA Donald Trump para assuntos ligados a comércio, Peter Navarro, foi considerado culpado nesta quinta-feira por desacato ao Congresso, depois de desafiar uma intimação de um comitê da Câmara dos Representantes que investiga o ataque de 2021 ao Capitólio.
Um júri de 12 membros considerou Navarro culpado de duas acusações de desacato depois que ele se recusou a testemunhar ou entregar documentos ao painel da Câmara, que é liderada pelos democratas. O painel é encarregado de investigar o motim de 6 de janeiro de 2021 feito por apoiadores de Trump, além de tentativas de Trump de reversão de sua derrota eleitoral em 2020.
“O réu escolheu a lealdade ao ex-presidente Trump em vez do cumprimento da intimação”, disse a promotora federal Elizabeth Aloi aos jurados, durante as alegações finais nesta quinta-feira. "Isso é desacato. Isso é um crime."
As acusações implicam um mínimo de 30 dias e um máximo de um ano de prisão. Uma audiência de sentença foi marcada para 12 de janeiro de 2024.
Navarro é considerado um especialista em política chinesa que aconselhou Trump em questões comerciais. Ele também serviu no grupo de trabalho contra a Covid-19.
É o segundo nome próximo de Trump a ser condenado por desacatar o comitê depois de Steve Bannon ter sido considerado culpado no ano passado por desacato ao Congresso, ao negar de forma semelhante uma intimação. Na ocasião, ele foi condenado a quatro meses de prisão e agora está apelando.
(Reportagem de Andrew Goudsward e Sarah N. Lynch)