LONDRES (Reuters) - O ex-arcebispo George Carey renunciou ao cargo de sacerdote devido a alegações de que teria lidado mal com um caso de abuso sexual, informou a BBC nesta terça-feira, no mais recente escândalo a atingir a Igreja Anglicana nas últimas semanas.
A BBC disse que Carey deixou o cargo após a emissora entrar em contato com ele sobre as alegações de que permitiu que o padre David Tudor, que havia sido banido no final da década de 1980 por alegações de abuso sexual, retornasse ao ministério sob supervisão.
Carey, que foi o líder espiritual dos anglicanos em todo o mundo de 1991 a 2002, entrou em contato com a Diocese de Oxford em 4 de dezembro para entregar sua permissão para oficiar, segundo o jornal Telegraph.
De acordo com a BBC, Carey escreveu em sua carta de renúncia que era uma "honra servir" e deu "graças a Deus por sua fidelidade duradoura".
A Igreja Anglicana não quis comentar. A Diocese de Oxford não respondeu a um pedido de comentário em um primeiro momento.
Tudor foi banido do ministério para sempre por um tribunal da Igreja em outubro deste ano, depois de admitir má conduta sexual.
A renúncia de Carey ocorre após o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, deixar o cargo no mês passado por causa de um caso separado, dizendo que não havia conseguido garantir uma investigação adequada sobre as alegações de abuso por parte de um voluntário em acampamentos cristãos de verão décadas atrás.
O novo líder da Igreja Anglicana, Stephen Cottrell, arcebispo de York, também foi instado a se demitir pela maneira como lidou com o caso de Tudor, exposto em uma investigação da BBC.
Cottrell deve assumir temporariamente o lugar de Welby como arcebispo de Canterbury no próximo mês. Ele disse em um comunicado que não tinha base legal para suspender Tudor até nove anos depois, quando a polícia o prendeu.
(Reportagem de Catarina Demony)