Por Silvio Castellanos e Miguel Gutierrez e Andy Sullivan
MADRI/WASHINGTON (Reuters) - A polícia da Espanha prendeu nesta sexta-feira Hugo Carvajal, ex-general e aliado próximo do falecido líder venezuelano Hugo Chávez, devido a acusações de tráfico de droga graças a um mandado de prisão emitido pelos Estados Unidos, disse uma porta-voz da polícia.
A porta-voz não deu maiores detalhes sobre as acusações. Em 2008, o Tesouro dos EUA sancionou Carvajal por "assistir materialmente às atividades de tráfico de narcóticos" do então grupo rebelde colombiano Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Um porta-voz do Judiciário disse que Carvajal comparecerá perante a Alta Corte da Espanha no sábado. O tribunal precisa decidir dentro de 24 horas após sua detenção se ele será preso para aguardar uma decisão sobre sua extradição ou se será libertado.
O Departamento de Justiça dos EUA não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
Carvajal, chefe da inteligência militar entre 2004 e 2008, denunciou o sucessor de Chávez, Nicolás Maduro, em fevereiro e deu seu apoio a Juan Guaidó, que em janeiro invocou a Constituição e se tornou presidente interino da Venezuela. Mais tarde, ele foi reconhecido pelos EUA e dezenas de governos, mas Maduro continua no governo com apoio dos militares e afirma que Guaidó é um fantoche de Washington.
Em seu comunicado de 2008, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro dos EUA (Ofac) disse que a assistência de Carvajal às Farc incluiu proteger remessas de drogas das apreensões das autoridades antinarcóticos da Venezuela e lhes fornecer armas.
Em uma entrevista ao New York Times publicada em fevereiro, Carvajal disse que qualquer trato com traficantes de drogas resultou de seu papel investigando-os como chefe de inteligência.
(Por Silvio Castellanos e Miguel Gutierrez)