MADRI (Reuters) - Hugo Carvajal, um ex-chefe militar de inteligência venezuelano que Washington acredita possuir informações valiosas sobre o presidente Nicolás Maduro, foi preso preventivamente neste sábado por ordem do Tribunal Supremo da Espanha, até que seja proferida uma decisão sobre um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos, disse um porta-voz da corte.
Ex-general e aliado próximo ao antigo líder venezuelano Hugo Chávez, Carvajal foi preso pela polícia espanhola, na sexta-feira, em função de um mandado emitido pelos EUA por acusações de tráfico de drogas.
Após a prisão de Carvajal, os EUA exaltaram na sexta-feira a possível colaboração do ex-general como sendo um potencial avanço na luta contra Maduro, que ainda mantém o controle sobre a maior parte das Forças Armadas e da máquina estatal venezuelanas.
Durante uma audiência, Carvajal negou ter ligações com o tráfico de drogas e o grupo rebelde colombiano Farc. Ele se defendeu contra sua possível extradição para os EUA, disse o porta-voz.
Carvajal vai contestar o pedido de extradição dos EUA argumentando ter laços na Espanha, onde sua família hoje reside desde antes de ele chegar.
Carvajal deixou a Venezuela há um mês, tendo viajado de barco por 16 horas até chegar à República Dominicana e então embarcar num voo para Madri, disse ele ao Tribunal.
Os EUA devem agora reforçar o pedido de extradição, que será decidido pelo Tribunal Supremo.
O Departamento de Justiça dos EUA disse na sexta-feira que pediu a extradição de Carvajal com base em acusações de tráfico de cocaína feitas em 2011 e reveladas em 2014.
(Por Miguel Gutierrez e Sam Edwards)