Por Alessandra Galloni e Ryan Woo
BERLIM (Reuters) - Uma importante autoridade chinesa reconheceu nesta sexta-feira que o coronavírus é um grande desafio para o país, mas defendeu como Pequim está enfrentando a epidemia, ao mesmo tempo em que atacou a "reação exagerada" de outros países.
Em entrevista à Reuters, o conselheiro de Estado Wang Yi, que também atua como ministro das Relações Exteriores da China, pediu aos Estados Unidos que não tomem medidas desnecessárias de resposta ao vírus que possam prejudicar o comércio, as viagens e o turismo.
A parte continental chinesa registrou mais de 63.000 casos confirmados de infecção por coronavírus, com mais de 1.300 mortes.
Os Estados Unidos e outras nações tomaram medidas drásticas para conter a propagação do vírus desde janeiro. Alguns países interromperam a entrada de estrangeiros. Os voos comerciais foram reduzidos e muitos países enviaram voos fretados para repatriar cidadãos de Wuhan, a cidade chinesa no centro do surto.
Os EUA também alertaram os norte-americanos a não viajarem para a China, irritando Pequim num momento em que os dois países iniciavam uma melhora nos laços comerciais.
Wang disse que a China adotou as medidas mais rigorosas e decisivas para combater a epidemia, muitas delas indo além dos regulamentos internacionais de saúde e das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Através de nossos esforços, a epidemia está em geral sob controle", afirmou.
O presidente dos EUA, Donald Trump, elogiou a liderança do presidente chinês, Xi Jinping, na batalha da China para conter o vírus.
Wang afirmou que qualquer líder em outro país acharia o desafio muito difícil.
"Nós fizemos esforços completos de prevenção e controle, esforços tão abrangentes que não vejo outro país que poderia fazer isso", disse. "Mas a China conseguiu fazer isso."