Por Phil Stewart e Idrees Ali
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão cogitando enviar um navio de guerra ao Estreito de Taiwan, disseram autoridades norte-americanas, uma medida que pode provocar uma reação forte de Pequim em um momento no qual os laços entre China e EUA estão tensionados por disputas comerciais e pela crise nuclear da Coreia do Norte.
A passagem de um navio de guerra norte-americano, caso ocorra, pode ser vista em Taiwan como um novo sinal de apoio do presidente dos EUA, Donald Trump, na esteira de uma série de exercícios militares chineses ao redor da ilha autogovernada. A China reivindica Taiwan como parte de seu território.
Autoridades dos EUA disseram à Reuters que o país já examinou planos para a passagem de um porta-aviões neste ano, mas que acabou não a realizando, talvez por causa do temor de contrariar a China.
A última vez em que um porta-aviões dos EUA transitou pelo Estreito de Taiwan foi em 2007, durante o governo do presidente George W. Bush, e algumas autoridades militares norte-americanas acreditam que tal manobra já deveria ter sido realizada.
Outra opção menos provocadora seria retomar as travessias periódicas, mas ainda esporádicas, de outros navios da Marinha dos EUA pelo estreito, a última das quais aconteceu em julho de 2017.
O Pentágono não quis comentar qualquer possível operação futura, e não ficou claro o quão cedo tal passagem poderia ocorrer.
Falando em Pequim, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Hua Chunying exortou Washington a tratar da questão de Taiwan com prudência para evitar prejudicar a relação bilateral e a paz e a estabilidade na região do Estreito de Taiwan.
"Enfatizamos repetidamente que a questão de Taiwan é a questão central mais importante e sensível da relação China-EUA", disse ela em um boletim diário à imprensa nesta terça-feira.
O Ministério da Defesa de Taiwan não quis comentar, dizendo que a notícia ainda tem que ser verificada.
Trump, que rompeu o protocolo como presidente eleito aceitando um telefonema da líder taiwanesa em 2016, abrandou sua retórica a respeito de Taiwan nos últimos meses, já que corteja a ajuda chinesa no impasse nuclear com a Coreia do Norte.