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Remoção de minas terrestres por Israel perto de Golã sinaliza frente mais ampla contra Hezbollah, dizem fontes

Publicado 15.10.2024, 12:14
© Reuters. Tanque israelense se movimento nas Colinas de Golã ocupadas por Israeln22/09/2024 REUTERS/Jim Urquhart

Por Suleiman Al-Khalidi e Maya Gebeily

AMÃ/BEIRUTE (Reuters) - Em um sinal de que Israel pode expandir suas operações terrestres contra o Hezbollah e, ao mesmo tempo, reforçar suas próprias defesas, as tropas do país removeram minas terrestres e estabeleceram novas barreiras na fronteira entre as Colinas de Golã, ocupadas por Israel, e uma faixa desmilitarizada que faz fronteira com a Síria, disseram fontes de segurança e analistas.

A medida sugere que Israel pode tentar atacar o Hezbollah pela primeira vez mais a leste, ao longo da fronteira com o Líbano, ao mesmo tempo em que cria uma área segura a partir da qual pode fazer livremente o reconhecimento do grupo armado e evitar infiltrações, segundo as fontes.

Embora a atividade de remoção de minas tenha sido publicada, as fontes que falaram com a Reuters -- incluindo um soldado sírio estacionado no sul da Síria, uma autoridade de segurança libanesa e uma autoridade de manutenção de paz da Organização das Nações Unidas -- revelaram detalhes adicionais não relatados que mostraram que Israel está movendo a cerca que separa a zona desmilitarizada em direção ao lado sírio e cavando mais fortificações na área.

Uma ação militar que envolva ataques a partir do Golã, ocupado por Israel, e, possivelmente, da zona desmilitarizada que o separa do território sírio, poderia ampliar o conflito que coloca Israel contra o Hezbollah e seu aliado Hamas, que já atraiu o Irã e corre o risco de atrair os Estados Unidos.

Israel tem trocado ataques com o Hezbollah, apoiado por Teerã, desde que o grupo começou a lançar mísseis através da fronteira do Líbano em apoio ao Hamas, após seu ataque mortal ao sul de Israel desencadear a campanha militar de Israel em Gaza.

Agora, além dos ataques aéreos israelenses que causaram danos significativos ao Hezbollah no mês passado, o grupo está sob ataque terrestre israelense pelo sul e enfrenta bombardeios navais israelenses do Mediterrâneo a oeste.

Ao estender sua frente no leste, Israel poderia apertar ainda mais as rotas de fornecimento de armas para o Hezbollah, algumas das quais atravessam a Síria, vizinha do leste do Líbano e aliada do Irã.

Navvar Saban, analista de conflitos do Harmoon Center, sediado em Istambul, disse que as operações em Golã, um platô montanhoso de 1.200 kms² que também tem vista para o Líbano e faz fronteira com a Jordânia, parecem ser uma tentativa de "preparar o terreno" para uma ofensiva mais ampla no Líbano.

"Tudo o que está acontecendo na Síria é para servir à estratégia de Israel no Líbano -- atingir as rotas de abastecimento, armazéns, pessoas ligadas às linhas de abastecimento do Hezbollah", disse.

A remoção de minas e os trabalhos de engenharia de Israel se aceleraram nas últimas semanas, de acordo com uma autoridade de inteligência da Síria, um soldado sírio posicionado no sul da Síria e três fontes graduadas de segurança libanesas que falaram com a Reuters para esta reportagem.

FORTIFICAÇÕES

As fontes disseram que a remoção das minas se intensificou quando Israel iniciou incursões terrestres em 1º de outubro para combater o Hezbollah ao longo do terreno montanhoso que separa o norte de Israel do sul do Líbano, cerca de 20 kms a oeste.

© Reuters. Tanque israelense se movimento nas Colinas de Golã ocupadas por Israel
22/09/2024 REUTERS/Jim Urquhart

No mesmo período, Israel intensificou os ataques contra a Síria, incluindo sua capital e a fronteira com o Líbano, e unidades militares russas -- estacionadas no sul da Síria em apoio às tropas sírias -- se retiraram de pelo menos um posto de observação com vista para a área desmilitarizada, disseram as duas fontes sírias e uma das fontes libanesas.

Todas as fontes falaram sob condição de anonimato para discutir seu monitoramento das operações militares de Israel em Golã, cuja maior parte foi tomada por Israel da Síria em 1967.

(Reportagem de Suleiman al-Khalidi, Maya Gebeily e Laila Bassam; Reportagem adicional de Michelle Nichols, em Nova York)

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