Por Mike Stone e Matt Spetalnick
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, facilitará em breve a exportação de alguns tipos de drones de ataque fabricados em seu país, possivelmente para mais dezenas de aliados e parceiros, de acordo com pessoas familiarizadas com o plano.
Trump deve descartar regras existentes para este tipo de venda ao exterior graças a uma nova política para aeronaves militares não-tripuladas longamente adiada que pode ser adotada ainda neste mês, a primeira fase de uma reforma mais ampla das regulamentações para as exportações de armas.
Os fabricantes de drone norte-americanos, que enfrentam uma competição crescente do exterior, especialmente de rivais chineses e israelenses que muitas vezes os vendem graças a restrições menos rígidas, vêm fazendo muita pressão por mudanças nas regras.
A Casa Branca deve promover a medida como parte da iniciativa "Compre Produtos Norte-Americanos", que visa criar empregos e reduzir o déficit comercial dos EUA. Defensores dos direitos humanos e do controle de armas, porém, alertam que a medida cria o risco de agravar a violência e a instabilidade em regiões como o Oriente Médio e o sul da Ásia.
Um anúncio da nova política foi adiado durante meses devido às deliberações sobre quão longe se deve ir na liberação da exportação de drones. Este atraso levou o secretário da Defesa dos EUA, Jim Mattis, a escrever ao conselheiro de Segurança Nacional de Trump, H.R. McMaster, para induzi-lo a acelerar a mudança de política e evitar perder a chance de vender para certos países, disse uma fonte da indústria e dois funcionários do governo.
Um impulso crucial à política será reduzir as barreiras para as vendas de drones de busca e ataque menores que carregam menos mísseis e percorrem distâncias menores do que modelos maiores, como o famoso Predator, disseram fontes. As regras de exportação também serão amenizadas para modelos de vigilância de todos os tamanhos, afirmaram, falando sob condição de anonimato.
Embora Trump não vá chegar a abrir totalmente a venda de drones de ataque de última geração, a medida marcará um grande passo para se superar um tabu antigo contra a venda de drones armados a outros países além do punhado de aliados mais confiáveis de Washington. Os drones militares mudaram os rumos da guerra moderna, e os modelos norte-americanos são os mais procurados.
Nos últimos anos as únicas vendas de drones armados foram para o Reino Unido e a Itália, mas uma lista de compradores em potencial deve incluir mais membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Arábia Saudita e outros parceiros do Golfo Pérsico, além de aliados da Otan como Japão e Coreia do Sul, segundo pessoas a par do plano.