Por Jonathan Landay e David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - A ex-embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, que Donald Trump classificou como "má notícia", chegou ao Capitólio para depor nesta sexta-feira no inquérito de impeachment da Câmara dos Deputados dos EUA sobre o presidente, e outro diplomata concordou em depor na semana que vem, enquanto a Casa Branca tenta impedir a investigação.
Marie Yovanovitch, diplomata de carreira que foi chamada de volta abruptamente em maio, deve dar seu depoimento a deputados que investigam Trump em um escândalo que atingiu seu mandato.
Os parlamentares democratas que lideram o inquérito estava aguardando para ver se Yovanovitch iria compareceria, já que nesta semana a Casa Branca disse que se recusaria a cooperar com uma investigação que o presidente republicano rotulou de "tribunal canguru".
Diplomata de carreira que serviu como embaixadora dos EUA em dois outros países, a passagem de Yovanovitch como embaixadora em Kiev foi interrompida quando ela foi convocada para Washington em maio, uma vez que aliados de Trump fizeram acusações sem sustentação de deslealdade e outras alegações contra ela.
De acordo com notícias da mídia, Trump tomou a ação após reclamações de seu advogado pessoal Rudy Giuliani e outros de que ela havia obstruído os esforços de Giuliani para convencer a Ucrânia a investigar Biden. Os democratas chamaram sua remoção de motivação política.
Gordon Sondland, embaixador dos EUA na União Europeia, obedecerá uma intimação da Câmara e deporá na quinta-feira que vem para comitês que comandam o inquérito de impeachment, disseram seus advogados.
Mas Sondland não tem autorização para liberar documentos que os comitês da Câmara pediram, informaram seus advogados, acrescentando que ele espera que o material seja compartilhado com os comitês antes de sua participação. Inicialmente ele deveria depor na terça-feira, mas o governo Trump o impediu de comparecer.
Sondland, um doador político de Trump que contribuiu com 1 milhão de dólares para o comitê de posse do republicano, trocou mensagens de texto sobre o relacionamento de Washington com a Ucrânia com outros diplomatas graduados. Democratas da Câmara receberam um arquivo de textos, parte de seu inquérito de impeachment.
O inquérito foi iniciado na esteira da queixa de um delator, encaminhada por uma pessoa da comunidade de inteligência dos EUA, sobre um telefonema de 25 de julho no qual Trump pressionou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, a investigar um rival político, Joe Biden, e seu filho, Hunter. O ex-vice-presidente Biden é um dos favoritos na disputa do Partido Democrata para definir quem vai desafiar Trump na eleição presidencial de 2020.
Democratas acusam Trump de pressionar um aliado estrangeiro vulnerável a descobrir sujeira sobre um oponente doméstico para seu próprio benefício político. Trump nega ter feito algo errado no telefonema.
Na quinta-feira, dois empresários estrangeiros que moram no Estado norte-americano da Flórida e ajudaram o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, a investigar Biden foram presos devido ao que procuradores descreveram como um esquema para canalizar dinheiro do exterior a um comitê eleitoral pró-Trump e outros candidatos políticos dos EUA.