Por Filipp Lebedev e Caleb Davis
(Reuters) - A ex-jornalista da TV estatal russa Marina Ovsyannikova, acusada de espalhar "notícias falsas" sobre a guerra na Ucrânia, fugiu do país depois de escapar da prisão domiciliar, disse seu advogado nesta segunda-feira.
Ovsyannikova está atualmente "sob a proteção de um Estado europeu", afirmou o advogado Dmitry Zakhvatov, recusando-se a dar detalhes, pois "pode se tornar um problema" para ela.
Ovsyannikova chamou a atenção do mundo em março, quando entrou no estúdio durante uma transmissão de TV ao vivo com um cartaz que dizia "Pare a guerra" e "Eles estão mentindo para você". O Kremlin condenou o protesto como "hooliganismo".
A mulher de 44 anos foi condenada a dois meses de prisão domiciliar em agosto por causa de um protesto em julho, quando ela estava na margem de um rio em frente ao Kremlin e exibiu um cartaz chamando o presidente Vladimir Putin de assassino e seus soldados de fascistas.
Ao enfrentar até 10 anos de prisão sob a acusação de espalhar notícias falsas sobre o Exército russo, Ovsyannikova disse em um post em 5 de outubro que ela fugiu da prisão domiciliar porque não tinha uma ação para responder. Desde então, seu paradeiro é desconhecido.
Zakhvatov disse que a filha de Ovsyannikova deixou o país com ela, enquanto seu filho permaneceu na Rússia. Ele se recusou a dizer onde ela está, mas declarou à Reuters: "Em breve tudo será tornado público. Precisamos de algumas semanas".
A Rússia aprovou novas leis contra desacreditar ou distribuir "informações deliberadamente falsas" sobre as Forças Armadas em 4 de março, oito dias depois de invadir a Ucrânia.
(Reportagem de Filipp Lebedev e Caleb Davis)
((Tradução Redação São Paulo))