Por Julia Love e Sharay Angulo
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Um juiz mandou deter uma ex-ministra do México, em meio a processo por suspeita de prejuízos a contribuintes, disse a advogada dela nesta terça-feira, abrindo uma nova frente na campanha do presidente Andrés Manuel López Obrador para combater a corrupção.
A detenção da ex-ministra do desenvolvimento social Rosario Robles deve aumentar o escrutínio à administração do predecessor de López Obrador, Enrique Peña Nieto, cuja presidência, entre 2012 e 2018, foi assolada por escândalos de corrupção.
López Obrador fez do combate à corrupção o pilar de sua carreira, embora tenha assumido o poder, em dezembro, dizendo que não queria remexer o passado.
Isso incomodou apoiadores do presidente que sentiram que ele deveria estar fazendo mais para punir erros de governos anteriores. Nos últimos meses, investigadores começaram a se aproximar de figuras proeminentes da última administração.
López Obrador afirmou, em sua habitual entrevista coletiva pela manhã, estar ciente da detenção de Robles e que autoridades judiciais decidiriam se outros seriam implicados no caso.
"Mas não é da nossa conta, e eu também não sou Pôncio Pilatos", disse, em referência ao governador romano da Judeia que supervisionou o julgamento de Jesus.
Promotores acusaram Robles, ex-colega de partido de López Obrador, de "exercício inapropriado do serviço público".