Pesquisadores de 7 países, liderados pelo Brasil, vão iniciar uma circum-navegação na Antártica. A missão partiu do Rio Grande do Sul em 22 de novembro, e visa coletar dados sobre mudanças climáticas e poluição no Polo Sul.
Esta nova etapa da expedição durará até 12 de janeiro de 2025 e cobrirá aproximadamente 14 mil quilômetros ao redor do continente congelado. A intenção é coletar amostras de gelo, água e ar. A informação foi divulgada pela Agência Brasil no domingo (01.dez.2024).
A equipe é composta por 61 cientistas, incluindo 27 de nove universidades públicas brasileiras, além de colaboradores da Rússia, China, Índia, Argentina, Chile e Peru. Sob a liderança de Jefferson Cardia Simões, do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a expedição investigará as rápidas mudanças climáticas nas regiões polares e seus impactos globais.
“Nós estamos visualizando nas duas regiões polares, as mais intensas, mais rápidas e ampliadas mudanças do clima que afetam o nosso cotidiano”, disse Simões. A bordo de um navio quebra-gelo russo, os pesquisadores se aproximam das áreas costeiras para coleta de dados. A circum-navegação se estenderá até a chegada à Ilha Rei Jorge, prevista para 12 de janeiro, antes de retornar ao Rio Grande do Sul entre 23 e 25 de janeiro de 2025.
O projeto foca no monitoramento das calotas de gelo, análise climática e detecção de microplásticos para entender a evolução do manto de gelo antártico. “O aquecimento do oceano e da atmosfera também pode estar lubrificando o manto de gelo da Antártica, e isso faz com que o manto de gelo vá embora. O que isso implica? Em 200, 300 anos, o aumento de 6 a 7 metros no nível do mar. Porto Alegre, por exemplo, vai pra debaixo d’água. É uma hipótese séria”, disse Simões.
Além da coleta de amostras, a expedição fará medições para avaliar a velocidade do derretimento das geleiras. Rosemary Vieira, do Instituto de Geociências da Universidade Federal Fluminense, destacou a importância dos sedimentos como arquivos das mudanças climáticas. “Os sedimentos são ótimos arquivos que guardam informações dessas mudanças”, explicou.
Com informações da Agência Brasil.