Por Abdul Qadir Sediqi
CABUL (Reuters) - Um ataque suicida em um clube de luta livre de um bairro xiita da capital afegã, Cabul, e uma segunda explosão que aparentemente visou serviços de emergência e jornalistas no local matou ao menos 20 pessoas e feriu 70 nesta quarta-feira.
Ninguém assumiu de imediato a autoria do ataque em Dasht-e-Barchi, lar de muitos membros da minoria étnica xiita hazara, que já foi alvo de militantes sunitas do Estado Islâmico. O Taliban negou qualquer envolvimento.
Antes do ataque desta quarta-feira a área já havia sido palco de incidentes semelhantes, o mais recente no mês passado, quando dezenas de estudantes que se preparavam para um vestibular de uma universidade foram mortos em um centro educativo.
Enquanto policiais e transeuntes, alguns ainda usando uniformes de luta rasgados, levavam os feridos a veículos para que fossem transportados a hospitais a segunda detonação ocorreu, atingindo jornalistas que cobriam o atentado para redes de televisão locais.
Um repórter e um câmera da maior emissora do Afeganistão, Tolo News, morreram minutos depois de terminarem uma reportagem ao vivo do local, e quatro outros membros de equipes de TV locais ficaram feridos.
Nove jornalistas morreram em um único incidente em abril, um ataque de um homem-bomba que aparentemente os visou enquanto cobriam outro ataque em Cabul, e ao menos 14 jornalistas já morreram no país neste ano.
O ataque desta quarta-feira ressalta o perigo em Cabul com a aproximação das eleições do mês que vem, além da ameaça aos hazaras, minoria de língua persa que enfrenta discriminação há tempos e que sofreu a maior parte dos ataques assumidos pelo Estado Islâmico na capital.